22 de novembro de 2024

Secretário-geral da Otan diz que cidade ucraniana de Bakhmut pode cair sob controle russo

Bombeiros contêm fogo após míssil atingir instalação em Kiev, na Ucrânia, em 23 de novembro de 2022 - Foto: Valentyn Ogirenko / Reuters

A cidade ucraniana de Bakhmut pode cair sob controle das tropas russas “nos próximos dias”, admitiu nesta quarta-feira (8) o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg.

“Não podemos descartar que Bakhmut possa eventualmente cair nos próximos dias”, afirmou Stoltenberg em Estocolmo, à margem de uma reunião de ministros da Defesa da União Europeia.

A eventual queda, acrescentou Stoltenberg, “não reflete necessariamente um ponto de virada na guerra, mas ressalta que não podemos subestimar a Rússia e devemos continuar nosso apoio à Ucrânia”.

A cidade de Bakhmut, uma das principais cidades da região de Donetsk, no leste do país, é palco de combates acirrados há várias semanas, e as tropas russas conseguiram cercá-la quase completamente.

A Ucrânia prometeu continuar defendendo a cidade, embora um de seus soldados ucranianos na área tenha dito à agência de notícias AFP que a queda é inevitável e que algumas unidades já começaram a se retirar de Bakhmut.

Segundo o governo ucraniano, atualmente restam menos de 4.000 civis em Bakhmut, em comparação com os mais de 70.000 habitantes que a cidade tinha antes do início do conflito.

Em uma entrevista recente, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a queda de Bakhmut deixaria o “caminho aberto” para a Rússia.

O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, disse às autoridades no fim de semana que a captura de Bakhmut permitirá “operações ofensivas profundas nas linhas de defesa das forças armadas da Ucrânia”.

Um ano de guerra

A guerra da Ucrânia compeltou um ano no fim de fevereiro, com a perspectiva de seguir se arrastando ao longo de 2023 e ameaças de Moscou de uma retomada de territórios. O governo russo também tem dado indícios de uma possível parceria com a China.

Kiev, por outro lado, tem se apoiado no envio de armas e equipamentos militares por países do Ocidente, com os tanques alemães Leopard 2, para conseguir expulsar as tropas russas, que controlam atualmente cerca de 20% do território ucraniano, no leste do país.

Por G1