Cana de açúcar continua sendo o principal produto na movimentação de cargas no Porto de Maceió
Apesar do Porto de Maceió nunca ter tido grande importância no cenário nacional de movimentação de cargas, inclusive, gerido pela Administração do Porto de Maceió (APMC), que é vinculada à Companhia Docas do Rio Grande do Norte (CODERN), órgãos federais do setor, qualquer boa notícia deve realmente ser comemorada. Então, em 2022, a autarquia registrou um aumento de quase 10 por cento na movimentação de cargas, tendo o açúcar, novamente, como líder absoluto no ranking dos produtos transportados.
O Porto de Maceió, que possui forte influência junto aos grandes setores da economia alagoana, movimentando todo o combustível, produtos sucroalcooleiros e muitos outros produtos, ao divulgar o balanço de movimentação de cargas de 2022, revelou não somente um crescimento de 9,23% em relação a 2021, mas que o açúcar continua sendo o motor desta movimentação.
E, entre os produtos transportados em 2022, lideram o ranking o açúcar em sacas e o açúcar a granel. Em seguida vem o adubo, a gasolina e o melaço de cana. Mas o Porto continua sendo tradicionalmente um porto graneleiro, já que 80% da movimentação de cargas consiste na exportação e importação do granel sólido, com destaque para o açúcar a granel. Outro produto com notoriedade nessa categoria é o sal, que teve um salto de 52,99% em importação.
Os números totais também são todos positivos. Por exemplo, além do aumento no número total de cargas movimentadas, o crescimento pode ser visto também no comparativo da natureza das cargas. Aumento de 6,09% no transporte de granel sólido; 12,18% em granel líquido e 446,67% em carga geral. Entre as modalidades de navegação, o avanço positivo também aponta para o crescimento de transporte em longo curso, com navegações internacionais, (+9,07%) e para a cabotagem, com navegações domésticas (+10,07%).
Claro que o Porto também contabilizou o aumento da chegada de mais navios de passageiros, garantindo movimentação turística e fortalecendo a economia local. Um dos pontos citados como positivo é em relação à posição geográfica estratégica do Porto de Maceió, que garante um bom custo-benefício, favorecendo o crescimento das movimentações.
O porto de Maceió tem uma história antiga. A previsão de melhoramentos no ancoradouro da cidade de Maceió data de 1875. Em 1896, a empresa The National Harbour Company Ltd. obteve a concessão do Porto através da Lei Imperial de outubro de 1869, mas não conseguiu realizar as obras determinadas, sendo o contrato rescindido, em 1905, pelo Governo Federal. A partir de 1910, novos estudos foram elaborados, mas, por razões de ordem financeira, não foi possível dar continuidade ao desenvolvimento das instalações. Mas por decreto, de novembro de 1933, a União autorizava o governo do Estado de Alagoas a construir e explorar comercialmente o Porto. Em 1935, teve início a execução do atual projeto, a cargo da Companhia Geral de Obras e Construções S.A. – GEOBRA, ocorrendo a inauguração em 20 de outubro de 1940, porém as operações começaram oficialmente em 1942, quando houve o primeiro embarque de açúcar. Em 1990, a PORTOBRAS então gestora do porto foi extinta e o Porto de Maceió passou para a CODERN, do Rio Grande do Norte.
Fonte: Jornal de Arapiraca/ Claudio Bulgarelli