PF prende o “infiltrado” flagrado destruindo relógio no Palácio do Planalto
A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira (23) Antônio Cláudio Alves Ferreira, que invadiu o Palácio do Planalto e destruiu um relógio do século 17 no dia 8 de janeiro. Feito pelo francês Balthazar Martinot, o relógio foi dado de presente ao imperador Dom João VI pela corte francesa em 1808.
O homem foi filmado durante os atos antidemocráticos que culminaram na invasão e depredação das sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, em Brasília.
A Polícia Civil de Goiás confirmou a identidade de Ferreira no último domingo, quando o morador da cidade de Catalão (250 km de Goiânia) e passou a ser considerado foragido.
Ferreira foi preso em Uberlândia, Minas Gerais, e será encaminhado ao sistema prisional da cidade mineira.
A Polícia Federal ainda não informou as circunstâncias da prisão — nem de quais os crimes que ele poderá ser acusado. O processo corre em sigilo. A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF
A corporação investiga os atos, que são considerados crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Ferreira tem outros dois processos na Justiça: ameaça, em 2014, e tráfico de drogas, em 2017. Segundo a Polícia Civil de Goiás, os casos estão arquivados, pois Antônio Ferreira já cumpriu as sentenças.
O relógio Balthazar Martinot é do século 17 e foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. A peça foi desenvolvida por Martinot, que era relojoeiro de Luís XIV, que foi rei da França entre os séculos 17 e 18. Atualmente, existe apenas um relógio desse autor, cujo modelo está exposto no Palácio de Versailles, na França.
A Advocacia-Geral da União subiu para R$ 18,5 milhões o pedido de bloqueio de bens de financiadores do ato golpista que depredou as sedes dos Três Poderes. O valor inicial solicitado à 8ª Vara Federal de Brasília era de R$ 6,5 milhões.
Segundo o diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, o valor material do relógio destruído é enorme, mas seu valor histórico e simbólico é ainda maior. Segundo Carvalho, é possível restaurar a peça, mas a eficácia do serviço é incerta.
Por Éassim