Moradores de Rio Novo sofrem com difícil acesso
Os moradores que permanecem nos conjuntos residenciais localizados no bairro do Rio Novo, em Maceió, sofrem com o difícil acesso há seis meses. Desde julho do ano passado, após as fortes chuvas que caíram na região, parte do solo da via principal do Residencial Amazonas cedeu e os pedestres e carros estão com dificuldade de transitar.
A dona de casa Joelma Avelino disse que aguarda até hoje uma solução para o acesso ao residencial onde mora, o Vale do Parnaíba. “É muito ruim para tudo. Temos que ir lá para a frente buscar mercadoria porque o serviço de entrega não traz mais até aqui. Para levar as crianças para a escola também é muito difícil. Quando eu faço feira, tenho que vir pela estrada de barro cheia de buracos, mas nem sempre os carros querem vir. Não construíram vias de acesso e até hoje estamos aguardando”, afirmou.
A dona de casa Elizama Lopes também é moradora do Vale do Parnaíba e contou que, além da falta de acesso, sofrem com a falta de segurança. “Eu gostava muito daqui, era um lugar calmo. Do nada, aconteceu isso e só temos prejuízos. Estamos, realmente, isolados. Estamos reivindicando nosso direito. Se eles construíram aqui, têm que se responsabilizar pelo que construíram. Já se passaram seis meses e estamos ilhados, com um acesso de barro, cheio de lixo e urubu, que durante a noite é muito escuro, e sem policiamento nenhum”, disse.
Lopes disse ainda que quando chove a situação fica pior. “A estrada de barro é um local muito esquisito, ninguém quer passar por ali. Só colocaram os paralelepípedos em um trecho, na pista principal que dá acesso ao terminal e, na verdade, foi a Prefeitura de Satuba que fez aquilo dali, não foi a Prefeitura de Maceió, por isso que fez acesso direto para Rio Novo, não fez para cá. Dia de chuva é capaz de atolar o carro porque é barro, barro mesmo. Fora o mau cheiro terrível do lixo. Infelizmente, a gente tem que morar aqui porque não tem para onde ir”, afirmou.
A cuidadora Dayse Campos também falou sobre a falta de segurança e isolamento. “Só temos um mercadinho, se quisermos outro temos que ir para Satuba e não é todo carro que vem aqui, não é todo motorista de aplicativo que aceita corrida, principalmente, à noite, porque tem assalto direto”, contou.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) informou que vai encaminhar uma equipe do setor de Manutenção de Vias ao local para verificar as necessidades de reparo aos acessos.
Caixa, BRK e construtora devem contratar empresa para laudo
Na semana passada, o Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL) e Defensoria Pública da União (DPU) promoveram reunião sobre os imóveis atingidos pelas rachaduras no Rio Novo, com a Caixa Econômica Federal, BRK Ambiental, a construtora Uchôa, além de diversas secretarias do Município de Maceió.
Durante o encontro, foram definidos os prazos que Caixa Econômica, BRK Ambiental e Construtora Uchôa têm para contratar empresa independente para elaboração de laudo sobre a situação do solo e dos imóveis, bem como eventuais impugnações posteriores.
Após a apresentação do laudo, que deverá ser elaborado em até 60 dias após a contratação da empresa, as partes terão 15 dias para eventual impugnação.
O CASO
No mês de julho de 2022, dois blocos do Residencial Vale do Amazonas foram interditados, após o surgimento de rachaduras. Segundo a Defesa Civil de Maceió, foram 24 imóveis evacuados e oito deles demolidos, somente no Residencial Vale do Amazonas.
Os demais foram atingidos de forma indireta, pela questão do acesso, que com o rebaixamento do solo ficou comprometido.
Por Luciana Beder com Tribuna Independente