Comerciantes relatam prejuízos com obras em avenida da parte alta de Maceió
As obras realizadas na Avenina Durval de Góes Monteiro, com o intuito de melhorar fluxo de veículo na parte alta de Maceió, estão causando prejuízos para os comerciantes da região. Com a execução do serviço, os veículos ficam impedidos de circular e os comerciantes relatam redução de mais de 50% no número de clientes.
O proprietário de uma loja de ferramentas, Odilon Miranda, disse que não é contra as obras, mas está sem saber o que fazer com a entrada do estabelecimento sendo prejudicada, desde o mês de novembro do ano passado.
“Estou a ponto de enlouquecer. A clientela reduziu em 50%. Estamos numa situação complicadíssima. Eu pago meus impostos, quero pagar meus funcionários, mas não sei como será. Já pedimos para que fizessem durante a noite para não prejudicar, mas fazem na hora em que trabalhamos e podemos faturar. Aí ficamos com a nossa entrada prejudicada, além da mercadoria suja, por causa da poeira. O cliente que entra aqui pensa que é velha. Nós limpamos, mas não adianta. Eles deveriam fazer uma obra sem prejudicar os comerciantes”, afirmou.
O vendedor Marcio Silva trabalha em uma loja de produtos agropecuários e disse que a clientela reduziu mais de 50%. “Tem época que eles fecham e a gente, praticamente, não tem acesso. Abriu agora, mas já está há vários meses rolando essa obra. Aqui mesmo, quando colocam as máquinas na frente, não temos acesso. Para a gente, o transtorno é grande. Teve época que a redução da clientela chegou a mais de 50%. Teve cliente que deixou de vir e depois disse para a gente que não conseguiu vir porque estava tudo fechado e foi embora. Não foi um nem dois, foram vários clientes”, contou.
O vendedor Richerllan Silva também contou que o movimento na loja em que trabalha reduziu. “Até agora, só tivemos prejuízos. É muita areia, muita bagunça em nossa porta. Só piorou. Diminuiu a quantidade de clientes, movimento constantemente ruim aqui na loja. No futuro, deve ser bom para a gente, mas, por enquanto, não. Era bom que agilizassem essa obra”, disse.
“Faltou comunicação entre Prefeitura de Maceió e o comércio da região”
O gestor de um posto de combustível da região colocou promoção e funcionários em férias antecipadas, para conseguir manter o estabelecimento em funcionamento. Para ele, faltou comunicação entre a Prefeitura e os comerciantes.
“Tivemos diminuição nas vendas e ainda tivemos que reduzir a margem de lucro para sobreviver. Estamos tentando manter os funcionários colocando férias antecipadas para não demitir. É um recurso que estamos utilizando. Não estamos contestando a obra nem o motivo da obra, estamos contestando a falta de comunicação prévia que deveria ocorrer com o comércio local porque, com essa conversa, poderíamos amenizar prejuízos”, afirmou Márcio Rodrigues.
Ainda segundo Rodrigues, o posto de combustível perdeu, praticamente, metade dos clientes. Mas, apesar dos prejuízos, acredita que a obra será benéfica para toda a população.
“Existe uma perda enorme, 50% ou mais, desde que começou a obra. Tivemos que diminuir a margem de lucro para captar clientes, como taxistas e motoristas de aplicativo, mas não é só de taxista e motorista de aplicativo que um posto sobrevive. Estamos conversando com o pessoal, inclusive, agora, consegui conversar para que retirem o tapume onde não tem parte da obra funcionando para liberar a visão. Sem visão, o pessoal passa direto e não para aqui. Dá a entender que o posto está fechado, desativado. No final vai ser bom para o posto, mas, durante, está sendo bastante complicado”, disse.
As obras fazem parte de um projeto de mobilidade anunciado pela Prefeitura de Maceió, fruto de um acordo firmado com a Braskem, em reparação aos danos causados pelo afundamento do solo devido à mineração de sal-gema. A Prefeitura foi questionada sobre a execução das obras, mas, até o fechamento da matéria, não se posicionou.
Por Luciana Beder com Tribuna Independente