Deputados federais avaliam terceiro governo de Lula
Paulão apontou os pontos positivos do governo e Alfredo Gaspar diz que Lula não tem plano de governo – Foto: Sandro Lima e Assessoria
O presidente Lula (PT) encerrou, no final do ano passado, o seu primeiro ano de gestão em sua terceira passagem pelo governo. Em seu pronunciamento oficial, o petista afirmou que o Brasil “voltou a ter um governo de verdade” e a ser respeitado no âmbito internacional, “em temas como o combate à fome, à desigualdade, a busca pela paz e o enfrentamento da emergência climática”.
A Tribuna Independente buscou contatos com integrantes da bancada federal alagoana para uma análise sobre o primeiro ano do mandato no governo Lula 3. Os parlamentares são considerados importantes porque atuam diretamente no Congresso Nacional aprovando leis e medidas que são encaminhadas pelo governo federal.
Para o deputado Paulão (PT), Lula tem uma gestão positiva. “Positiva porque o Estado Democrático foi reestabelecido e Lula teve a compreensão de respeitar a Constituição. Os Três Poderes estão funcionando, logicamente, de acordo com a realidade política, principalmente em relação à Executiva e Legislativa. Há uma correlação de força desigual para o governo federal aprovar matérias e não conseguimos avançar com alguns compromissos de campanha por conta de diferentes ideologias”.
O parlamentar destaca ainda o desmonte das Emendas de Relator-Geral do Orçamento da União (RP9), chamado “orçamento secreto”.
“Aos poucos há o desmonte das RP9, o orçamento secreto, e isso fortalece muito o parlamento e, mas, em compensação, o poder executivo fragiliza as políticas. Lula consegue, logo antes de assumir e trabalhar o orçamento, durante o período de quatro anos, o Bolsa Família. Portanto, é um programa permanente. Ele não só mantém aquele valor, mas ele amplia. Isso é muito importante para um país que tenha voltado ao combate à fome. O Lula praticamente tinha zerado esse segmento e quase 40 milhões no governo anterior voltaram. Então, isso foi um passo”, opinou o deputado federal.
Paulão destaca ainda que o governo Lula garantiu recursos permanentes para a recuperação do salário mínimo “Não só a inflação, mas também ganho real e recuperação de alguns desmontes que tiveram, principalmente na área da saúde e educação. Na educação, para se ter uma ideia, não havia custeio, principalmente para as universidades. Isso foi avanço. Lula consegue ainda realizar uma reforma tributária, não é a ideal ainda, é por uma etapa, que há 40 anos o Brasil esperava. Foi um avanço, inclusive, com essa correlação de força do Congresso”, continuou o parlamentar.
Paulão falou ainda do programa realizado para combater o endividamento da população, o Desenrola Brasil, que também estabelece investimento em todas as políticas públicas que estavam desmontadas, como a educação, saúde, assistência social, a agricultura familiar, que tinha sido extinta do Ministério da Agricultura, e que agora volta com força. O presidente reativou o Ministério de Direitos Humanos, da Mulher e Igualdade Racial”, pontuou.
“Na economia, houve o controle da inflação, e isso fortalece o poder de compra da população. Tivemos taxa de juros que diminuiu, mas ainda não chegamos ao nosso objetivo. Tem que diminuir mais ainda, e esse processo não é fácil. Mas, de qualquer forma, repito, o desemprego que diminuiu são fatos importantes, que melhora a qualidade de vida do povo”, concluiu.
Por outro lado, Alfredo Gaspar (União Brasil) afirma que o primeiro ano do governo Lula mostra a ausência de um plano de governo.
“O governo Lula 3 demonstra claramente a ausência de um plano de governo previamente estruturado, resultando em um arremedo de gestão sem responsabilidade fiscal, com aumento exacerbado da carga tributária e com uma política externa desastrosa. O cidadão brasileiro já vem sentindo na pele que as promessas de melhoria por parte desse governo estão cada vez mais distantes e a avaliação negativa tem aumentado. Continuarei fiscalizando e cobrando para que Lula e sua equipe parem de enganar o país”, resumiu o parlamentar.
Por Thayanne Magalhães / Tribuna Independente