FPI do São Francisco combate desmatamento ilegal em Canapi
Fiscai constataram destruição de vegetação nativa em três propriedades – Foto: Ascom
Preservar a flora, coibir infrações e crimes contra o bioma da caatinga, que em Alagoas representa cerca 44% do estado, é um dos focos da 12ª etapa da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI). Umas das equipes composta pelo IBAMA, BPA e IMA fiscalizaram o município de Canapi e aplicaram, nesta terça-feira (28) autos de infração em três fazendas da região.
Ao realizar as visitas nos locais, os agentes de fiscalização constataram destruição da vegetação nativa. Essas ações põem em risco as Áreas de Preservação Permanente (APPs), que consistem, segundo Código Florestal, em uma área coberta ou não por vegetação nativa, possuindo função ambiental de preservar os recursos hídricos, paisagens e a biodiversidade.
Os agentes de fiscalização do IBAMA explicaram que para que as áreas sejam novamente liberadas para uso, elas precisam de um projeto de recuperação aprovado pelo órgão de fiscalização ambiental. “Quando é feita intervenção no bioma sem planejamento ou inventário florestal, pode colocar em risco de extinção algumas espécies ameaçadas”.
Produção de carvão ilegal põe em risco bioma da caatinga
Ainda na região, os agentes também destruíram três fornos artesanais que produziam carvão vegetal. Eles foram desativados porque a matéria-prima usada para fabricação é a própria vegetação encontrada na caatinga.
Segundo os fiscais do IBAMA, a fabricação desses materiais é uma das consequências do desmatamento de árvores nativas. “O carvão geralmente eles fazem com a madeira que tem um poder calorífico maior, que geralmente é de crescimento lento, e demora muito a crescer, tendo uma qualidade boa de carvão. Então existe uma seletividade, então você gera pressão em determinadas espécies em detrimento de outras”, explica.
O agente do IMA destacou que esse tipo de demolição é um procedimento de rotina durante a fiscalização ambiental no sertão alagoano. “O desmatamento torna-se um grande vilão para o semiárido brasileiro, pois a retirada de vegetação colabora com processos de desertificação, que acabam prejudicando não só o ecossistema como também as pessoas que ali vivem”.
Por Assessoria