MPAL quer explicações da prefeitura de Japaratinga sobre grade que impede acesso à praia
As imagens circularam nas redes sociais, geraram indignação na população local e, inclusive, de pessoas residentes em outros estados brasileiros, e aportaram na Promotoria de Justiça de Porto Calvo com a conotação de “denúncia” a respeito de uma grade metálica, de 1,80 m de altura, instalada às margens da AL-101 Norte, mais precisamente na “Praia do Salgado”, no município de Japaratinga, impedindo o acesso das pessoas ao mar.
O promotor de Justiça Rodrigo Soares instaurou inquérito civil e deu um prazo de 10 dias úteis para a prefeitura explicar se a iniciativa partiu da gestão e quais os motivos respaldam tal intervenção arquitetônica.
Por vídeo divulgado em canal do YouTube, em 24 de agosto de 2023, é perceptível a grade entre a rodovia e o mar, no trecho entre o Hotel Japaratinga Lounge Resort e a Pousada San Giovanni. O promotor de Justiça esteve no local, constatou a instalação da grade metálica epediu esclarecimentos ao chefe do Poder Executivo municipal.
“In loco constatamos a existência da grade e vimos que, com sua instalação, torna-se impossível o acesso das pessoas à praia e ao mar em trechos que, anteriormente à colocação da aludida grade, possuíam acessos naturais. Na ocasião, deparamo-nos com uma família, oriunda do vizinho povoado de São Bento, que teve de andar vários metros a mais pelo acostamento da rodovia até conseguir chegar à Praia do Salgado. Agora, com o fechamento de dois desses acessos, tornou-se bastante dificultoso sobretudo para moradores das comunidades circunvizinhas. E precisamos apurar se houve realmente a intenção de impedir o acesso da população à praia numa espécie de “privatização de área pública”, afirma o promotor.
Rodrigo Soares, no ofício enviado à Prefeitura, requisita que, no prazo de 10 dias úteis, informe se a referida grade foi colocada pelo Município de Japaratinga e, em caso positivo, por quais razões de fato e de direito; em caso negativo, se o Município de Japaratinga tem conhecimento de quem tenha sido o responsável pela colocação e, em caso positivo, se a colocação teve a aquiescência do Município de Japaratinga.
“Conforme previsto na Constituição Federal, todos têm o direito de ir e vir, e a Lei dispõe que as praias são bens públicos de uso comum do povo, sendo assegurado, sempre, livre e franco acesso a elas e ao mar, em qualquer direção e sentido, ressalvados os trechos considerados de interesse de segurança nacional ou incluídos em áreas protegidas por legislação específica”, conclui.
Redação com Assessoria