Transplante de fígado salva vida de alagoano de 28 anos
Um alagoano de 28 anos, morador do Sertão de Alagoas, teve sua vida salva por um gesto de solidariedade. Familiares de um paciente de 47 anos, que teve morte encefálica, autorizaram a doação de um fígado ao sertanejo, que foi diagnosticado com hepatite autoimune e cirrose.
O procedimento foi realizado no Hospital Geral do Estado (HGE). Segundo a unidade de saúde, o paciente de 47 anos, além de doar o fígado, também doou as córneas a outros dois alagoanos, e os rins que foram encaminhados para pacientes de Pernambuco, que apresentaram compatibilidade.
“Todo transplante é motivo de orgulho para nós, da Central de Transplantes de Alagoas, porque salvamos a vida de pessoas acometidas por doenças graves e que deixaram a fila de espera por um órgão, como o jovem de Poço das Trincheiras, que está bem, lúcido e, em plena recuperação”, pontuou Daniela Ramos, coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas.
De acordo com a coordenadora da Central de Transplantes, Alagoas possui 513 pessoas esperando por transplante, sendo 457 de córneas, 51 de rins, três de fígado e dois de coração.
Processo Complexo
O processo de doação e transplante tem sido difícil para a Organização de Procura de Órgãos (OPO). A coordenadora Eleonora Carvalho ressalta que, apesar das incontáveis ações de informação, conscientização e sensibilização sobre a importância da doação de órgãos, ainda há quem não acredite no processo e não compreenda a importância do ato solidário para as centenas de pessoas que convivem com a esperança.
“É lamentável que ainda existam pessoas que não compreendem a importância do nosso serviço para a sociedade. Nós não trabalhamos com mortes, nós salvamos vidas! Nós acompanhamos os pacientes que a equipe médica nos notifica ou que identificamos na nossa busca diária como suspeito de morte encefálica. Suspeita não significa diagnóstico confirmado. A constatação da morte encefálica só é dada a partir de um protocolo que segue critérios precisos, padronizados e realizados em todo o território nacional”, enfatizou a coordenadora da OPO.
Como ser Doador
A família de um doador em potencial é quem autoriza a doação. Por isso, de acordo com os órgãos de saúde, é fundamental que a própria pessoa se declare uma doadora.
“A vida é uma caixinha de surpresas, pode ser que qualquer um de nós esteja na condição de doador ou na condição de entrar em uma fila de espera de um órgão. É preciso fazer várias reflexões, inclusive acerca do que podemos fazer para salvar vidas. Agradecemos imensamente a sabedoria da família do doador que está agindo com solidariedade”, acrescentou Daniela Ramos.
A Lei nº 9.434/2017, conhecida como a “Lei dos Transplantes”, estabelece que a doação de órgãos após a morte só pode ser realizada quando for constatada a morte encefálica. Quando o falecimento é consequência de parada cardiorrespiratória (coração parado), só pode ser realizada a doação de tecidos, como córnea, pele e ossos, por exemplo.
Redação com Assessoria