Imagem de Nossa Senhora das Dores chora em Flexeiras
Na noite de sexta-feira, dia 16 de dezembro, por volta de 19h, na pequena Praça Padre Cícero, zona central de Flexeiras, algumas pessoas estavam sentadas nos dois bancos dispostos ao lado de um pequeno coreto de vidro, fechado com cadeado, que guarda uma grande escultura de Padre Cícero e duas menores, pouco mais de 50 centímetros da Virgem Maria e de Nossa Senhora das Dores, todas produzidas em gesso, quando uma senhora, de passagem pela cidade e hospedada na casa de parentes, a pedido do filho pequeno, que queria ver as esculturas, decidiu fazer um vídeo, com a lanterna do celular ligada e teve uma grande surpresa. A escultura de Nossa Senhora das Dores estava lacrimejando.
A mulher, espantada com a visão, chamou outras pessoas que estavam na praça, que chamaram os vizinhos, e incrédulos, uma pequena multidão se formou. O vídeo, que rapidamente ganhou as redes sociais, mostra a imagem de Nossa Senhora das Dores, que fica exposta na praça, derramando lágrimas. O fenômeno gerou imediata comoção entre moradores, que rodearam a praça, por acreditar estar diante de um milagre. Nas redes sociais, internautas ficaram maravilhados com o fato. Durante o sábado e domingo, centenas de pessoas, muitas de outras cidades, inclusive de Maceió, fizeram visitas à pequena Praça Padre Cícero.
O padre Luiz Rodrigues Neto, responsável pela Paróquia de São Sebastião, esteve no local ainda no sábado. Já no domingo, quem esteve em Flexeiras foi Dom Frei Antônio Muniz Fernandes, frade carmelita e bispo católico, atual arcebispo de Maceió. Foi a pedido do arcebispo que a paróquia não se manifestou sobre o assunto. A ordem é que a comunidade paroquial esteja vigilante, observando se o fato das lágrimas tenha ou não continuidade.
Na segunda-feira, para a reportagem da Tribuna Independente, dona Cristina da Silva, 76 anos, moradora de uma casa branca com fachada cinza, bem em frente à praça, revelou que foi ela e a irmã, Cele, que três anos atrás adquiriram a escultura em gesso de Nossa Senhora das Dores em uma loja do centro de Maceió e levaram para Flexeiras, para ser colocada no coreto junto a Padre Cícero e a Virgem Maria. Dona Cristina garante que a escultura não apresentava nenhuma lágrima.
Alguns meses atrás a praça entrou em reforma e, a pedido das irmãs carmelitas, que mantêm uma pequena casa nas proximidades da praça, foi dona Cristina que manteve as esculturas guardadas em casa. Ela garante novamente que a de Nossa Senhora das Dores não tinha nenhuma lágrima. Nas imagens do vídeo que ganhou a internet e mesmo nas fotos, é possível ver duas lágrimas no olho esquerdo, bem como duas no olho direito da santa. Uma maior, quase nas proximidades dos lábios e outra menor, bem abaixo do olho. A reportagem entrou em contato com o padre Luz Rodrigues Neto, que até o fechamento da edição não retornou as ligações, já que está de folga e só retorna na quarta-feira.
Título refere-se as sete dores que a santa sofreu ao longo de sua vida
Nossa Senhora das Dores, também chamada de Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora da Soledade, Nossa Senhora das Angústias, Nossa Senhora da Agonia, Nossa Senhora das Lágrimas, Nossa Senhora das Sete Dores, Nossa Senhora do Calvário, Nossa Senhora do Monte Calvário, Mãe Soberana e Nossa Senhora do Pranto ou Mater Dolorosa (Mãe Dolorosa), é um dos vários títulos que a Virgem Maria recebeu ao longo da história. Este título em particular refere-se às sete dores que Nossa Senhora sofreu ao longo de sua vida terrestre, principalmente nos momentos da Paixão de Cristo.
Em 2011, outro caso semelhante chamou a atenção de fiéis, quando a imagem de uma santa, que supostamente estaria chorando acabou surpreendendo boa parte da população da cidade de Palmeira dos Índios. A escultura, que representava Nossa Senhora das Graças, guardada no quarto de um jovem coroinha de 13 anos de idade, Luan da Silva Araújo, teria “chorado” enquanto ele fazia uma oração.
Na época, no corpo da santa esculpido em gesso, foi possível notar a presença de um líquido que se espalhava pelo rosto, com uma grande concentração nas laterais (bochechas). O líquido não aparecia em nenhuma outra parte da escultura e as pessoas afirmaram ser água. O menino contou que estava fazendo uma oração em torno da imagem e ao terminar percebeu que a santa estava chorando. Em poucos dias a notícia se espalhou por toda a cidade e a humilde casa ficou lotada de fiéis de todas as igrejas locais.
Na época, a Igreja Católica sempre adotou postura ‘discreta’ quanto a existências desses fenômenos. Não são raros os relatos de imagens de santos que choram lágrimas e até sangue. No entanto, até hoje, a ciência jamais comprovou a veracidade destes fenômenos.
Por Claudio Bulgarelli com Tribuna Independente