Título mundial pode elevar PIB da Argentina em 0,25% por 2 trimestres
Projeção tem como base um estudo da Universidade de Surrey, no Reino Unido; em crise econômica, país vem sofrendo com inflação recorde
O título da Copa do Mundo conquistado pela Argentina neste domingo (18/12), com a vitória nos pênaltis sobre a França, pode render frutos não apenas esportivos, mas também econômicos ao país.
De acordo com um estudo do pesquisador Marco Mello, da Universidade de Surrey (Reino Unido), vencer uma Copa do Mundo resulta, em uma projeção conservadora, no acréscimo de 0,25 ponto percentual ao Produto Interno Bruto (PIB) do país campeão por pelo menos dois trimestres consecutivos.
O levantamento considera os resultados do PIB e da Copa do Mundo a partir de 1961 para países que já tinham séries históricas detalhadas para o cálculo de seu desempenho econômico. No caso do Brasil, a série teve início em 1996 – desde então, a Seleção Brasileira conquistou uma Copa, em 2002, no Japão e na Coreia do Sul.
“A análise mostra que vencer a Copa do Mundo da Fifa leva a um aumento estatisticamente significativo apenas nos dois trimestres subsequentes à vitória no torneio”, conclui a pesquisa.
O estudo aponta que, após conquistar o pentacampeonato mundial em 2002, o Brasil experimentou uma melhora significativa nos resultados da balança comercial, por exemplo. A pesquisa indica que o resultado se deveu, em grande parte, à maior exposição do país no cenário internacional após o quinto título mundial.
Vinte anos depois, segundo Mello, a Argentina deve colher benefícios econômicos semelhantes, pois tem perfil exportador semelhante ao do Brasil em 2002.
No total, a Fifa distribui US$ 440 milhões (cerca de R$ 2,3 bilhões) em prêmios para as seleções que participam do torneio.
À campeã mundial, serão destinados US$ 42 milhões (R$ 221,7 milhões). A França, vice-campeã, receberá US$ 30 milhões (R$ 158,4 milhões).
PIB e inflação
A Argentina enfrenta uma grave crise econômica, com inflação estrondosa e déficit fiscal elevado. De acordo com estimativas apresentadas pelo governo argentino, o PIB do país deve registrar crescimento de pouco mais de 3% em 2022 e 2% em 2023. Em 2021, a expansão da economia foi de 10,4%, após três anos de recessão.
Em novembro, a inflação da Argentina, na base de comparação anual, acelerou pelo 10º mês seguido e atingiu impressionantes 92,4%, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). Em outubro, o índice acumulado em 12 meses era de 88%.
Por Metrópoles