2º Seminário sobre criação de camarão em Arapiraca potencializa região para a carcinicultura
A criação de camarão em cativeiro está em alta em Arapiraca, no Agreste de Alagoas, e encontrou na região um ambiente propício para sua expansão. Os desafios dessa nova cultura na região central de Alagoas serão debatidos no 2º Seminário de Carcinicultura do Agreste Alagoano de 29 a 31 deste mês no Teatro Hermeto Pascoal, no Sesc de Arapiraca.
O evento que reunirá mais de 100 produtores da região, secretários municipais e especialistas na criação de camarão é uma realização em parceria da Prefeitura de Arapiraca e o Sebrae Alagoas. Com o tema “Conservar, Produzir e Inovar com Sustentabilidade” terá uma programação além do espaço teatral e começará nesta quarta-feira (29) com uma visita de campo aos criatórios nas zonaras rurais do município para que os participantes conheçam in loco os criatórios dos produtores da região.
Após a abertura oficial do evento pela manhã, as palestras serão realizadas no período da tarde a partir das 13h30. O técnico do Departamento de Desenvolvimento e Inovação da Secretaria Nacional de Aquicultura, Francisco Everardo da Silva, vai falar sobre a “Contribuição do Governo Federal, através da Secretaria Nacional de Aquicultura, para os setores da Carcinicultura”.
Logo depois, às 14 horas, o presidente da Associaçaõ Brasileira dos Criadores de Camarão, Itamar de Paiva Rocha, vai falar sobre “Carcinicultura Brasileira: situação atual de mercado e produção, desafios,avanços e perspectivas”.
Em seguida, por volta das 14h30, o presidente da Associação dos Criadores de Camarão de Alagoas, Iury Amorim, fará palestra a respeito do “Panorama atual da Carcinicultura do estado de Alagoas”. Já representando Arapiraca, Iomar Santos Pereira, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural, vai explanar sobre “Ações da prefeitura para o desenvolvimento da Carcinicultura de Arapiraca”, marcada para as 15 horas.
Depois do intervalo, haverá a apresentação de um representante do Banco do Nordeste sobre o apoio financeiro da instituição aos produtores de Alagoas.
Na quinta-feira (30), acontecerão as palestras “A importância do licenciamento ambiental referente à Aquicultura na região de Arapiraca”, por Ivonildo João da Silva, da Secretaia Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, por volta das 16h30. E, na sequência, “Outorga dos diretios de uso de recursos hídricos para fins de Aquicultura” apresentada por um representante da Secretaria Estadual do Meio Ambinte e dos Recursos Hídricos (Semarh), às 17 horas.
Pós-larvas
O terceiro e último dia de evento, na sexta-feira (31) começa com uma palestra sobre o Programa ALI Rural, que terá à frente a analista do Sebrae Alagoas, Jacqueliny Martins, às 8h30. A sócia-diretora da empresa Aquatec, Ana Carolina Guerrelhas, vai falar sobre a preparação para recebimento de pós-larvas (planejamento, embalagem e aclimatação), às 9h15.
A programação pela manhã segue com uma palestra da doutora em Aquicultura Suzianny Maria da Silva, que vai falar sobre “Doenças IMNV e WSSV em Litopenaeus vannamei: o que sabemos e o que podemos fazer para seu controle”, às 10h10. Já o doutor em Aquicultura Luis Otávio Brito vai conduzir uma palestra sobre “Sistema Simbiótico: Benefícios e Desafios para Implementação na Carcinicultura”, às 11h, fechando a programação da manhã.
À tarde, ainda no último dia do seminário, o consultor técnico da empresa ADM, Alberto Nunes, fala ao público sobre “Nutrição e alimentação de camarão marinho da espécie Litopenaeus vannamei”, às 13h45. As boas práticas de manejo no cultivo do Camarão Litopenaeus vannamei é o foco da apresentação de Clélio Sandoval da Fonseca, consultor técnico da MCR/PB, marcada para as 14h30.
Apoio à pesquisa
O apoio à pesquisa como ferramenta para o desenvolvimento sustentável da carcinicultura vai pautar os debates da palestra de Petrônio Coelho Filho, professor da Ufal (campus Penedo), às 15h30. E as compras governamentais como solução de mercado para o camarão, com foco na inclusão do camarão na alimentação escolar, será a palestra que encerra o evento, sob a apresentação do secretário de Desenvolvimento Econômico de Indiaroba (SE), Bruno Lessa Pereira.
“Esse evento foi uma ideia em 2022 do então secretário de Agricultura de Arapiraca, Hibernon Cavalcante, ao ver o crescimento dos carcinicultores na região e o potencial de crescimento. Daí fomos convidados a fazer parte sendo correalizadores”, explica o gerente-adjunto da Agência de Atendimento do Sebrae em Arapiraca, Arestides Bezerra.
A instituição já desenvolve algumas ações voltadas para a carcinicultura no Agreste e que vão além do seminário, entre elas estão as consultorias sobre licenciamento ambiental e ainda a participação em missão técnica.
“O Sebrae apoiou vários produtores na obtenção do Licenciamento Ambiental, o que ainda é um gargalo na atividade, e também vem orientando os produtores na melhoria do processo produtivo do cultivo do camarão, por meio de consultorias subsidiadas e chegando a arcar com até 70% dos recursos necessários para a execução da consultoria”, revela Clebson Moreira, analista da Unidade de Relacionamento Empresarial (URE) da Agência de Atendimento Integrada em Arapiraca.
“Outra forma de atuação é em parceria com outras entidades na promoção de seminários, missão técnica, em 2022 levamos um grupo de carcinicultores para a FENACAM, a Feira Nacional do Camarão, objetivando oferecer aos participantes conhecimentos sobre o que há de mais moderno em matéria de tecnologias, técnicas de cultivos, sanidade, etc.”, completa ele.
“Arapiraca já é destaque na produção de abacaxi e mandioca, mas a criação de camarão tem crescido a ponto de concorrer com culturas já consolidadas na cidade, o que é muito positivo, pois significa mais renda e receita para os produtores e para o município”, destacou o secretário de Desenvolvimento Rural de Arapiraca, Genivaldo Oliveira.
Cadeia produtiva
A criação de camarões em viveiros tem crescido consideravelmente no Agreste de Alagoas, especialmente em Arapiraca. Somente em 2021, foram produzidos 1.477.400 quilos de camarão no estado, destes, 1.083.000 quilos saíram do Agreste, sendo 250 mil kg em Arapiraca.
Com um fluxo de comercialização cada vez mais robusto, a perspectiva de crescimento da produção é de até 60% em relação a 2022. O fortalecimento das associações e cooperativas, a regularização ambiental e a qualidade do produto são os principais fatores que contribuem para esse crescimento.
Por Assessoria