Mercado espera que a exportação de carne bovina do Brasil para China seja retomada este mês
A definição pela volta da importação da carne bovina brasileira pela China está nas mãos do governo do gigante asiático. Na última quinta-feira (8), foi essa a afirmação do ministro da agricultura, Carlos Fávaro, após reunião entre representantes do Ministério da Agricultura e da Administração Geral de Aduanas da China (GACC).
A comercialização para a China está suspensa desde o dia 23 de fevereiro, quando houve a confirmação da doença em um boi de 9 anos, no Estado do Pará. O animal foi sacrificado e a carcaça incinerada. Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a China é o país que o Brasil mais exporta carne bovina, representando aproximadamente 60% do total da produção do produto brasileiro.
Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada na assessoria para o comércio exterior, a retomada das exportações de carne bovina para a China é uma notícia muito positiva para o comércio exterior brasileiro.
“O Brasil é um grande exportador de carne bovina para a China, e a suspensão das exportações impactou negativamente o setor. A retomada é fundamental para o país continuar sendo um importante fornecedor de proteína animal para o mercado chinês”, afirmou o executivo.
O entendimento do Governo Federal é de que não há mais impedimentos para a abertura do mercado, mas ainda é preciso se certificar de que a documentação apresentada às autoridades chinesas é satisfatória para os representantes do país. Na semana passada, um exame realizado em um laboratório de referência no Canadá confirmou que o caso de mal da vaca louca registrado no Brasil é isolado, ou seja, sem prejuízos para a qualidade da carne bovina produzida no país.
Segundo Pizzamiglio, a segurança alimentar é uma questão muito importante para os consumidores chineses. “Além disso, a comprovação de que a carne bovina brasileira é de qualidade e segura é um fator predominante para a manutenção das exportações”, afirma.
No entanto, o diretor da Efficienza ressalta que é preciso garantir que a documentação apresentada às autoridades chinesas esteja completa para evitar novos entraves nas exportações. “A burocracia é um desafio constante para o comércio exterior brasileiro, e é fundamental que todos os procedimentos sejam cumpridos corretamente para evitar problemas futuros”, ressaltou o especialista.
É previsto que a demanda chinesa por carne bovina continue aumentando em 2023, resultando em um total de 3,52 milhões de toneladas em equivalente carcaça importadas para o país. Esse número representa um crescimento esperado de 2% em relação ao volume importado em 2022.
De acordo com um estudo recente da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire), o Brasil é o maior exportador de carnes do mundo. No total, as vendas externas de carne bovina representam 52,6% do valor total exportado pelo país. De acordo com a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), as exportações de carne bovina, incluindo produtos in natura e processados, registraram um aumento de 42% em relação ao ano anterior, gerando uma receita de US$ 13,09 bilhões para o país em 2022.
Por Assessoria