23 de novembro de 2024

4 a cada 5 brasileiros acreditam que novo ensino médio vai ajudar a reduzir evasão

Robson Braga (CNI) e José Carlos Lyra em sala de aula no dia da inauguração em Maceió - Foto: Assessoria

Uma pesquisa encomendada pelo SESI e pelo SENAI mostra que, para 84% dos brasileiros, as mudanças na formação dos jovens com o Novo Ensino Médio vão ajudar a reduzir a evasão escolar. A falta de interesse dos alunos é o principal motivo da evasão (40%), segundo dados da FGV. Com cinco anos de experiência no Novo Ensino Médio, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Social da Indústria (SESI) são pioneiros na implementação do modelo. Segundo a pesquisa SESI-SENAI, mais de 70% dos brasileiros aprovam as principais diretrizes da reformulação de ensino.

“O índice de desempenho acadêmico dos nossos estudantes tem sido melhor no Novo Ensino Médio, a experiência de implementação do novo método tem sido um sucesso. Não só pelo pioneirismo, mas também pelos resultados efetivos, satisfação dos pais, satisfação da família, satisfação sobretudo do estudante e alto desempenho escolar”, observa o diretor-geral do SENAI e diretor-superintendente do SESI, Rafael Lucchesi. 

Os resultados otimistas vão para diferentes áreas, desde escolha de itinerário, grade horária e desenvolvimento de conhecimentos. Um bom exemplo é que 72% dos brasileiros estão satisfeitos com o novo modelo de currículo. 

Alinhado a expertise dos cinco anos de implementação, o SESI vem desenvolvendo mudanças importantes para modernizar o ensino de milhares de crianças e adolescentes. O principal expoente da iniciativa é a Escola SESI de Referência, que traz mudanças estruturais, na metodologia educacional e na gestão escolar.

Assim como no Novo Ensino Médio, as escolas de referência dão autonomia e protagonismo aos alunos no processo educacional, buscando a formação não só de futuros profissionais como de cidadãos críticos e inovadores. Para isso, as escolas da rede SESI de todo o país contam com uma infraestrutura tecnológica e um currículo próprio, alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Ao todo, 24 estados participam do projeto com cerca de 40 escolas de referência. Bahia e Goiás, por exemplo, reformam quatro escolas por estado. Até o momento, quatro unidades da Escola SESI de Referência estão em operação, nos municípios de Maceió (AL), Paulista (PE), Juazeiro do Norte (CE) e São José dos Pinhais (PR).

A pesquisa do SESI-SENAI ouviu 2.007 brasileiros em abordagem domiciliar em dezembro de 2022. Os resultados são representativos da população com mais de 16 anos e a margem de erro é de 2 pontos percentuais.

Mudanças estruturais, curriculares e metodológicas

A pesquisa revela que mais de 40% dos brasileiros acreditam que o potencial do Novo Ensino Médio para a melhora da formação do aluno é muito grande ou grande. E 80% afirmam que o modelo irá promover a elevação da qualidade de ensino do país.

Por isso, a proposta pedagógica das escolas SESI de Referência segue as diretrizes do Novo Ensino Médio, baseada no movimento STEAM – Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática. Além disso, os alunos contam com material didático autoral, feito com a participação dos professores e coordenadores da rede. Com as reformas estruturais e metodológicas, o antigo formato de sala de aula e dinâmica aluno-professor muda completamente.

As escolas de referência inspiram os estudantes a se tornarem os protagonistas das suas histórias, além de trazer os cinco elementos do DNA STEAM – Investigar, descobrir, conectar, criar e refletir. Há, também, atenção ao desenvolvimento educacional dos alunos, com lousas interativas, projetores e notebooks individuais.

Atenção às demandas socioemocionais dos estudantes

Para se investir na formação dos estudantes, com foco no mercado de trabalho e desenvolvimento de competências socioemocionais necessárias para o século XXI, as escolas SESI de Referência visam a capacidade do trabalho em equipe, resiliência, comunicação desenvolta e criatividade. Além de cultura maker – mão na massa –, resolução de problemas, projetos transdisciplinares, salas invertidas e metodologias ativas que são utilizadas para transformar o aluno no principal protagonista do processo de ensino e aprendizado.

É por isso que as reformas estruturais das escolas são fundamentais para garantir o trânsito livre dos alunos e facilidade no acesso de recursos e ferramentas de aprendizado. Os quatro pilares das escolas de referência são:

• Organização de conteúdo e formação de profissionais da educação;
• Gestão Escolar;
• Tecnologias educacionais; e
• Infraestrutura física.

Nesse sentido, foi criado um conceito arquitetônico e identidade visual para as salas de aula. Definidas como salas ambiente, estão organizadas por área de conhecimento: Ciências da Natureza; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; Metaética; Linguagem; Criação Maker; e Criação de Robótica.

Investimento em centro para formação continuada de professores

Com uma educação cada vez mais tecnológica e a chegada do Novo Ensino Médio, o SESI criou o Centro SESI de Formação em Educação com o objetivo de preparar professores para um novo conceito de educação. A instituição oferece formação continuada e pós-graduação para profissionais da própria rede e de outras instituições de ensino.

O Centro atua em duas frentes: interna e geral-externa; a primeira é voltada para a formação de profissionais do SESI e de multiplicadores, ou seja, pessoas que, depois de formadas, serão capazes de capacitar outros profissionais. A segunda frente geral-externa é para profissionais de educação, em geral, e pós-graduação.

Uma série baseada em histórias reais de alunos e professores

Muito além de mudanças curriculares e estruturais, as Escolas SESI de Referência são formadas por pessoas. Para entender mais sobre a nova dinâmica das escolas. A Agência de Notícias da Indústria conversou com estudantes, professores, pais e gestores dos cinco cantos do país (MS, PR, ES, TO e CE) e preparou uma série especial que explica na prática, o que é ser uma escola de referência:

O SENAI e o SESI

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Social da Indústria (SESI) foram criados em 1942 e 1946, respectivamente, como uma rede nacional responsável por iniciativas de apoio ao setor industrial brasileiro na área de educação profissional e básica, inovação, tecnologia, saúde e segurança no trabalho. Integram essa rede ainda a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), as federações estaduais da indústria dos 26 Estados e do Distrito Federal, além de 1.280 Sindicatos Patronais Industriais.

Hoje o SESI conta com mais de 450 escolas e 300 mil alunos de ensino infantil, fundamental, médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2018, a rede foi pioneira na implementação do novo ensino médio, em parceria com o SENAI. Desde então, já passaram pelo modelo mais de 50 mil alunos. Em 2022, foram 28 mil matrículas do 1º ao 3º do ano do Novo Ensino Médio.

Por Assessoria