19 de abril de 2025

Corpo encontrado às margens da Lagoa Mundaú é do estudante Sinézio Ferreira

sinezio-ferreira

Sinézio Ferreira, 33 anos - Foto: Acervo pessoal

Foi confirmado na tarde deste domingo (5), que o cadáver encontrado em avançado estado de decomposição às margens da Lagoa Mundaú, no Pontal da Barra, nesse sábado (4), é do estudante de Direito e líder comunitário Sinézio Ferreira da Silva Júnior, de 33 anos, que estava desaparecido desde o dia 15 de fevereiro quando saiu para supostamente entregar um chip de telefone no Benedito Bentes, parte alta de Maceió. 

O exame cadavérico constatou que a vítima estava com as mãos amarradas e foi executada com tiro na parte de trás da cabeça, com saída na região do olho. A confirmação foi feita por um dos delegados do caso, Igor Diego.

O corpo de Sinézio Ferreira foi encontrado por um pescador da região. O cadáver apresentava um afundamento na região do crânio e estava vestido com camisa, calça e tênis, e estaria também com um agasalho na cor preta e mãos amarradas para trás.


O estudante desapareceu  quando saiu de casa no bairro da Serraria para encontrar um amigo no Benedito Bentes  para entregar  um chip de telefone, mas não retornou para casa. Segundo testemunhas, a vítima teria sido colocada em um carro por homens com fardamentos da polícia. Até então, a polícia trabalhava com a hipótese de que ele  poderia estar vivo.

Para a polícia, o desaparecimento e a morte do jovem tem ligação direta com a atuação de uma facção criminosa que atua na região do litoral norte de Maceió e é responsável por homicídios e tráfico de drogas.

Na sexta-feira (3), após uma denúncia anônima, a Polícia Civil com apoio de militares do Corpo de Bombeiros encontraram a moto de Sinézio em rio no Distrito Saúde, no Litoral Norte da capital. 

Nesse sábado (4), após o achado do corpo, a família de Sinézio foi avisada que poderia ser ele, mas não tiveram acesso para o reconhecimento na ocasião. A Polícia Civil também preferiu aguardar a confirmação após os exames para divulgar a imprensa. 

Nesta tarde, a família reconheceu o corpo no  Instituto Médico Legal (IML).

A chefia especial do Instituto Médico Legal Estácio de Lima (IML de Maceió) confirmou que identificou na tarde deste domingo (05), o corpo encontrado sendo de Sinézio.

EXAME

Segundo a perita odontolegista Claudia de Melo Ferreira, o cadáver foi identificado através do exame odontolegal. A arcada dentária do corpo encontrado foi analisada e comparada com uma radiografia panorâmica da arcada dentária da vítima desaparecida, fornecida pela família, que permitiu a realização do exame e a confirmação da identidade oficial.

O exame cadavérico realizado no corpo confirmou que Sinézio Ferreira foi morto com um único disparo de arma de fogo na região da cabeça. De acordo com a necropsia, o projetil entrou na região de trás do crânio e transfixou saindo na face.

O IML confirmou que o resultado dos exames foi repassada para a Deic que investiga o caso. A família do estudante e líder comunitário também já foi avisada da identificação e da conclusão do exames para fazer a retirada do corpo e realizar o sepultamento do cadáver.

O CASO

Sinezio Ferreira, 33 anos, teria sido levado por quatro pessoas vestidas com fardamento da polícia, que o colocaram dentro de um carro. O caso é semelhante ao que aconteceu em Ipioca, há quase dois meses, com o homem identificado como Maxuel, o “Maruin”.

O caso foi levado para a Divisão de Investigação e Capturas (DEIC), nessa segunda-feira (27), que trata o caso, até o momento, como sequestro.

O estudante foi visto pela última vez, no dia 15 de fevereiro, quando saiu do bairro de Ipioca para ir ao Benedito Bentes entregar um chip a um amigo e daquele dia para cá não foi mais visto e nem a família teve notícias.

Por Lucas França com Tribuna Hoje