Arapiraquense participa da criação do primeiro banco de sangue para pets de Alagoas
A doação de sangue de animais domésticos segue praticamente desconhecida no Brasil. Entre os principais problemas que levam o animal a precisar de transfusão sanguínea, estão os casos de traumatismos, cirurgias ortopédicas de grande porte e câncer. Há também outros procedimentos, como cardíacos, em que pode ocorrer o rompimento de artérias ou vasos, causando o vazamento de sangue.
A doação pode ser feita pelos animais e é fundamental para salvar a vida de outros pets, que também precisam de cirurgias, tratamentos e transfusão de sangue. Entretanto, a falta de conhecimento e informação por parte dos tutores leva, muitas das vezes, à morte do animal.
Pensando na necessidade deste tipo de serviço para os animais domésticos em Alagoas, as médicas veterinárias Érica Pereira, que é de Arapiraca, e Fernanda Gonçalves criaram o primeiro banco de sangue do Estado. A ideia do projeto é facilitar a coleta de sangue dos animais em Alagoas.
O projeto de banco de sangue é pioneiro. A clínica funcionará no centro de Maceió, mas terá logística para distribuir para todo município.
Em entrevista para o Jornal de Arapiraca, a médica veterinária hematologista e patologista, Érica Pereira falou como surgiu a ideia do projeto hemocentro veterinário.
De acordo com Érica, ela viu a carência desse procedimento em Alagoas.
“A ideia surgiu ao decorrer dos meus atendimentos hematológicos. Via a necessidade de hemocomponentes para os meus pacientes, pois até o momento o nosso estado não disponibiliza esse tipo de serviço”, contou Érica.
Ainda de acordo com a veterinária, o sangue doado será extraído dos hemocomponentes, que são o concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, plasma fresco congelado e crioprecipitado.
“As bolsas serão estocadas respeitando o tempo de estocagem e temperatura para cada componente e respeitando todos os critérios de segurança estabelecidos pela legislação”, ressaltou.
Perguntada pela nossa redação se o sangue será utilizado apenas em animais levados até o banco de sangue ou há outras formas de tutores e clínicas terem acesso, a veterinária disse que o hemocentro no momento, não terá o serviço de hemoterapia.
“Apenas a distribuição de bolsas para as clínicas/hospitais veterinários ou para tutores que procurem o nosso serviço”, pontuou.
O procedimento para a coleta de sangue é indolor e dura menos de cinco minutos, mas tem alguns pré-requisitos para o seu cachorro ser um doador: ter entre 1 e 8 anos, peso acima de 25kg, vacinado e vermifugado, ser dócil, não ter recebido transfusão antes, as fêmeas não podem estar no cio, gestando ou amamentando.
Já os felinos têm que ter entre 1 e 8 anos, vermifugados e vacinados, pesar acima de 4kg, não ter recebido transfusão antes, e se for fêmea não podem estar no cio, gestando ou amamentando.
Esse serviço não terá custos, e sim benefícios. De acordo com a veterinária, um deles, será exames periódicos nos animais doadores, tudo custeado pelo o Hemocev.
Com os benéficos que o hemocentro fará em Alagoas, as idealizadoras do projeto não descartam a possibilidade de abrir outra sede em Arapiraca, já que haverá logística de distribuição das bolsas para outras cidades.
Devido ao projeto ser inovador no estado, em entrevista, a veterinária disse que até o momento, nenhum gestor público lhe procurou para saber mais sobre o projeto, mas que está aberta para uma parceria que só trará benefícios.
“Estamos abertos a parcerias e iniciativas para esses fins”, finalizou.
Quem quiser saber mais sobre o hemocentro veterinário, basta acompanhar o Instagram @hemocev.vet.
Fonte: Jornal de Arapiraca/ Rafaela Tenório