Após audiência pública em Pilar, órgãos darão início a levantamento sobre o sururu branco
Preservar nossos recursos naturais é tarefa de todos. E nessa segunda-feira (27), o Município de Pilar promoveu uma importante audiência pública para debater a sustentabilidade do Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba. O encontro reuniu representantes de instituições como o Instituto do Meio Ambiente (IMA) e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que discutiram, entre outros assuntos, os impactos decorrentes do surgimento de uma espécie de sururu considerada invasora, o chamado “sururu branco”.
Laís Vieira, engenheira sanitarista da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura, Pecuária, Pesca, Ciência e Tecnologia de Pilar, afirma que a audiência, proposta pelo Município, teve como objetivo central a preservação do sururu, espécie nativa que é patrimônio imaterial de Alagoas e garante o sustento de milhares de famílias.
Agora, as partes envolvidas vão realizar um levantamento com informações sobre os riscos ao ecossistema, a composição nutricional do sururu branco e a possibilidade, por exemplo, de reaproveitamento de sua casca.
“Essa espécie chegou há cerca de um ano e, desde então, vem se reproduzindo de forma muito rápida, já alterando, inclusive, a rotina dos pescadores da região, o que pode comprometer a subsistência de comunidades no Pilar e cidades circunvizinhas”, afirmou a técnica em Meio Ambiente, destacando a importância da cooperação técnica firmada entre a Prefeitura de Pilar e órgãos como a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) para o monitoramento e combate à espécie exótica.
Durante a audiência, o secretário municipal de Meio Ambiente de Pilar, Marçal Fortes, disse que o evento demonstra a preocupação da Prefeitura com o tema. “Este encontro foi resultado da parceria entre o Município e o Ministério Público Federal, que criou um fórum permanente, o Fórum das Lagoas, cuja finalidade é a preservação das lagoas Mundaú e Manguaba. Pilar, portanto, inova mais uma vez. Com a Carta de Pilar, a Prefeitura vai dispor de um plano de ação para promover a sustentabilidade desse ecossistema tão importante”, avaliou.
Professor da Ufal, Emerson Soares ressaltou o alcance da iniciativa. “Viemos para falar um pouco sobre as condições do complexo lagunar e sobre como iremos atuar conjuntamente em busca de uma solução para o problema do sururu, que vem se proliferando, seja em razão das condições climáticas, seja em virtude da poluição, já que ele [o branco] é mais resistente que o nativo”, disse o especialista.
As associações de pescadores de Pilar, Marechal Deodoro, Santa Luzia do Norte e Coqueiro Seco também estiveram representadas. “Estamos confiantes porque teremos um acompanhamento da evolução desse tipo de sururu, que não é uma realidade apenas em Alagoas. Isso vai favorecer o meio ambiente, os pescadores e a população como um todo”, comentou o presidente da Associação dos Pescadores de Pilar, Sivaldo Araújo, destacando a importância de a bancada alagoana buscar recursos capazes de garantir, entre outros avanços, o desassoreamento das lagoas.
Também estiveram presentes membros da Comissão de Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL) e técnicos do Ifal, além da vice-prefeita de Pilar, Ivanilda Rodrigues, e da chefe de gabinete do prefeito Renato Filho, Fátima Oiticica.
Por Ascom Pilar