Lira deve manter comando da Codevasf
A distribuição de cargos federais em Alagoas é um debate que está ocorrendo de forma bilateral entre os integrantes da bancada alagoana com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com o deputado federal Paulão (PT), ainda não há nada de concreto sobre as indicações que geralmente são feitas pelos parlamentares dos estados, no entanto algumas sinalizações políticas nos bastidores em Brasília mostram que o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP), deve manter, por mais quatro anos, o comando da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).
“Estamos discutindo de forma bilateral, ouvindo pedidos, mas não tem nada consolidado. Aqui em alagoas não ocorreu a concretude dos cargos. Tudo isso passa pela discussão da bancada, como era feito no passado. Algumas pessoas que indicavam antes estão sem mandato. Fernando Collor indicava no governo federal, perdeu eleição aí a indicação é de outros parlamentares. Sergio Toledo indicava, ele decidiu não concorrer e agora não está mais. Pedro Vilela perdeu a eleição também indicava antes. São só alguns exemplos de nomes aqui de Alagoas”, argumenta o parlamentar em contato com a reportagem da Tribuna Independente.
O atual superintendente da Codevasf em Alagoas é o aliado de Lira, ex-prefeito do município de Teotônio Vilela e ex-deputado estadual, Joãozinho Pereira, também do Progressistas. A indicação caberá ao líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), mas a escolha do novo presidente da estatal só acontecerá na próxima semana, após o retorno das atividades parlamentares.
A decisão sela um arranjo político que vem sendo costurado desde que Lula venceu as eleições, em outubro. Ciente de que precisaria da influência de Lira na Câmara para aprovar seus projetos.
Embora a Codevasf já esteja sob o controle de Arthur Lira e Nascimento, havia expectativa de que o órgão fosse entregue para o MDB ou o PSD. A estatal, ligada ao Ministério da Integração Nacional, tem um orçamento de R$ 2,27 bilhões para 2023 e é considerada uma das mais importantes da atual estrutura do governo federal.
Até o fim destas tratativas sobre os cargos, ficam mantidas as indicações que eram do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Alguns casos específicos foram modificados, segundo o deputado Paulão. “No Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis], por exemplo, a ministra de forma verticalizada exonerou todos os indicados do governo anterior. Foi uma decisão política e burocrática. Funcionários de carreira assumiram”, disse Paulão.
Com agências*