PMs são indiciados por morte de empresário e polícia diz que arma foi ‘plantada’ no carro
Durante uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (7), a comissão de delegados que investiga o homicídio do empresário Marcelo Leite, em Arapiraca, morto durante abordagem de policiais militares, informou que vai indiciar três policiais militares que estavam na viatura e participaram do crime. Além disso, a polícia também afirmou que a arma foi plantada no veículo da vítima.
De acordo com eles, a arma de fogo encontrada no veículo da vítima foi colocada pelos policiais. “A comissão verifica os indícios suficientes e a prova da materialidade dos fatos, e isso leva a comissão a indiciar os três militares que faziam a composição da viatura durante o fato”, disse o delegado-geral Gustavo Xavier.
Gustavo Xavier, delegado-geral, enfatizou que o comandante da viatura será indiciado não somente pela prática do crime de homicídio doloso, mas também pela crime de fraude processual em razão de uma provável de uma implementação de uma arma de fogo.
“Ele tentou sugerir à polícia e ao poder judiciário, que estes fossem induzidos ao erro. Além dessa segunda modalidade de crime, teria como consequência, a prática de denunciação caluniosa. E esse é o entendimento que chega à comissão”, comentou Xavier.
Sobre o segundo policial, o delegado-geral disse que a comissão enxerga a prática da fraude processual e da denunciação caluniosa. “Em razão de ter apresentado à Central de Polícia no dia do fato a ocorrência, a arma e os fatos narrados”. Já sobre o terceiro policial, Gustavo Xavier contou que ele será indiciado pela fraude processual.
O delegado-geral disse que será enviado para o Poder Judiciário uma representação com medidas cautelares, dentre elas, a representação pela prisão preventiva e fatos que “ensejam na visão da Polícia Civil a necessidade de uma medida cautelar”.
Arma foi ‘plantada’
Já o coordenador da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), delegado Igor Diego explicou que a arma de fogo foi colocada logo após os disparos.
“Essa arma de fogo teria sido necessária para simular uma legítima defesa por parte dos policiais. Essa conclusão se deu após ouvirmos as testemunhas que estavam em frente ao 3º batalhão, e que visualizaram a ocorrência, bem como o atendimento à vítima. Além disso, ouvimos os familiares que afirmaram que Marcelo Leite nunca possuiu arma de fogo, nem apoiava essa ideia”, ressaltou Igor Diego.
O chefe especial do Instituto de Criminalista (IC), Wellington Melo, que também estava presente na coletiva, afirmou que a equipe passou cerca de um mês estudando o caso. “Fizemos uma constatação de ação violenta no veículo Creta. A equipe se esforçou ao máximo para entregar um material robusto, com provas técnicas para contribuir com a percepção penal”.
Por Cada Minuto