23 de novembro de 2024

Relatório aponta contaminação das águas do Rio Poção em Arapiraca

Inspeção também foi feita ao longo das margens do rio - Foto: Secretaria de Agricultura de Arapiraca (cortesia)

Sob a orientação do secretário Hibernon Cavalcante, o técnico da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural, o engenheiro-agrônomo Iomar Santos, no sábado, dia 14, foi
realizada uma vistoria em alguns trechos do Rio Poção, para verificar a possível contaminação das águas do rio por algum tipo de produto químico.

Acompanhado de produtores rurais e funcionários das comunidades atingidas, o levantamento foi realizado a partir do Boletim de Ocorrência registrado pelo presidente da Associação dos Produtores de Camarão, Rosimário dos Santos, na sexta-feira, dia 13.

A Tribuna foi o primeiro veículo a denunciar o crime ambiental, ainda na sexta-feira, após receber um vídeo do morador Marcone das Máquinas.

De acordo com as informações levantadas por produtores e moradores da localidade, eles afirmaram que pescadores artesanais estão praticando crime ambiental, colocando o inseticida conhecido como “Barrage” nas águas do Rio Poção, matando todos os animais que dependem da água, incluindo peixes, camarão e pitus.

O inseticida Barrage é facilmente emulsionável em água, aplicado em pulverizadores manuais ou motorizados contra todos os tipos de carrapatos em suas formas jovens ou adultas, inclusive às linhagens resistentes à carrapaticidas de outros grupos químicos. Barrage é principalmente eficaz contra a “mosca-do-chifre“ (Haematobia irritans) em rebanhos bovinos.

Ainda durante a visita nas comunidades, o engenheiro-agrônomo Iomar Santos e os produtores de camarão percorreram alguns trechos das margens do rio, a partir das
proximidades da residência do senhor Rosimário até a localidade de Poço da Júlia.

Na fazenda Rancho Luz, no limite entre os municípios de Arapiraca e Coité do Nóia, realizamos uma coleta de camarões do viveiro para testar os animais com a água do rio
afetada, para analisar a viabilidade de uso do líquido para os viveiros de produção.

Foi feita a análise da água em quatro pontos do rio, com a utilização de equipamentos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural.

A partir dos pontos de amostragem, foram analisados os seguintes parâmetros de qualidade de água: temperatura, oxigênio dissolvido, salinidade, PH e alcalinidade
total.

Em contato com o Presidente da Associação dos Carcinicultores da Região Agreste, no dia 14, o técnico da Secretaria solicitou que, diante dos fatos ocorridos, fosse orientado
ao presidente, no grupo de carcinicultores, via WhatsApp, para que nenhuma água do rio fosse captada para os viveiros de cultivo por um período de 72 horas e outras providências necessárias.

A ocorrência de mortandade de peixes, cerca de 200 animais, foi encaminhada ao Instituto do Meio Ambiente (IMA/AL) e SEMARH, responsáveis pela fiscalização em crimes ambientais em Alagoas.

Por Davi Salsa