Alagoanos se preparam para concursos em 2023
O ano de 2023 promete ser um ano bom para quem sonha em se tornar funcionário público. É que o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023 estipulou R$ 16,7 bilhões para a realização de concursos públicos, gerando mais de 50 mil novas vagas disponibilizadas para cargos vagos e novos. E, em Alagoas, muitos concurseiros estão estudando, já na expectativa da publicação de editais.
Um dos concurseiros é o recepcionista Mesaque Souza que sonha em ingressar na área de Segurança Pública. Ele se dedica para concurso há três anos e contou que está sempre estudando. “No ramo do concurso público, cada vez que você estuda determinado assunto, compreende de maneira melhor, sempre terá uma visão a mais de um determinado assunto”, disse.
Para Souza, revisar é primordial. “A gente sempre tem que revisar para não perder o conteúdo estudado, pois, de acordo com as pesquisas, o cérebro humano comporta uma informação no máximo até sete dias. Após isso, a tendência é perder esse conteúdo”, explicou o concurseiro.
Souza costuma estudar entre quatro e seis horas ‘líquidas’ – tempo que efetivamente estuda, sem contar as pausas. “A quantidade de horas é muito relativa, vai de acordo com a vivência de cada concurseiro. Eu, por exemplo, consigo estudar na média de quatro a seis horas líquidas. Na medida que estudamos de forma eficaz e tranquila, com antecedência antes do edital sair, é uma probabilidade maior de ocorrer a aprovação”, avaliou.
Ainda segundo Souza, a maior dificuldade para quem estuda para concurso é manter a constância nos estudos. “A rotina do concurseiro é viver e manter no ciclo. Considero concurseiro como a fé, é algo que não vemos, mas temos certeza que virá em breve, principalmente, para quem estuda sem uma certeza de data para determinado concurso”, contou.
“Aluno que estuda de forma online precisa ser muito disciplinado”
De acordo com o professor e proprietário de cursinho preparatório para concurso Thalles Barros, a expectativa para o ano de 2023 é positiva. “Nos anos de 2021 e 2022 tivemos muitos concursos públicos em Alagoas e no resto do Brasil, nas áreas de segurança, educação e saúde. Agora, vem uma nova leva de concursos bancários e a expectativa para 2023 é muito positiva”, afirmou.
Barros explicou que, com a pandemia, surgiu um novo tipo de aluno. “O crescimento do segmento online foi muito grande. Então, passamos a oferecer aulas híbridas, o aluno podia assistir aula ao vivo online ou gravada em nossa plataforma. Acabamos ganhando um outro tipo de aluno, aquele que não tem tempo de estudar de maneira convencional, em um cursinho presencial, e abrimos essa modalidade EAD. Foi muito bom porque agora o aluno consegue estudar em casa, montar uma rotina que se adapte a carga horária dele”, contou.
Mas, o professor destacou que o aluno que estuda de forma online precisa ser muito disciplinado. “Ele tem que ter os horários dele bastante regrados, ser muito comprometido com aquilo que ele quer, porque é ele quem vai decidir o que ele vai estudar, como ele quer estudar e quando vai estudar. É muito diferente de ir para um cursinho presencial, assistir a aula dentro daquele horário”, disse Barros.
Ainda segundo Barros, o candidato aprovado em um concurso público tem um perfil. “Raríssimas exceções, não é no primeiro concurso que ele faz que é aprovado e nem é começando a estudar quando o edital é liberado. Tem concursos que estão previstos há um ano e meio, dois anos e os candidatos começam essa preparação muito antes do edital sair, porque, normalmente, esses concursos seguem o modelo do concurso anterior, com raríssimas mudanças de um edital para o outro”, explicou.
O professor contou que para os concurseiros que focam em várias carreiras públicas a dificuldade de aprovação é ainda maior. “Conheço alunos que focam em tudo e quem foca em tudo não foca em nada. Querer ser servidor público, sem importar a área, é o perfil da maior parte dos candidatos aqui em Alagoas. Para esse candidato a dificuldade é um pouco maior porque ele tem que se familiarizar com as diversas bancas. Quem faz a prova para carreiras policiais é uma instituição, quem faz para carreiras bancárias é outra, e por aí vai. Então, quem não tem uma carreira bem definida, acaba tendo que estudar mais tempo e tendo que usar estratégias mais amplas”, avaliou.
Para Barros, é fundamental que o aluno tenha disciplina e acredite no próprio sonho. “É preciso superar as dificuldades. Estudar até naquele dia que não estiver com vontade de estudar, responder questões. Cuidar, é claro, da saúde mental e física, mas sabendo que existirão dias que vai ter preguiça e terá que vencer a preguiça”, finalizou.
Bom desempenho depende do ótimo funcionamento do corpo e da mente
Segundo a psicóloga Jacyara Farias, rotinas exaustivas de estudos e tensões antes de provas são comumente experimentadas por pessoas que realizam concursos públicos. Mas, o bom desempenho nas provas depende tanto do conhecimento específico, que precisa ser estudado e dominado antes das provas, quanto do bom funcionamento do corpo e da mente.
“Uma mente tensionada e cansada tende a falhar e elevam os níveis de estresse que auxiliam em processos neuro inflamatórios, que causam impacto no desempenho global do ser humano. Dessa maneira, é importante ressaltar que o cuidado com a saúde mental, em períodos de prova, pode colaborar para um desempenho mais saudável e melhor”, afirmou.
Ainda de acordo com a psicóloga, é importante se atentar a uma alimentação saudável nas semanas próximas às provas, além de praticar exercícios físicos, que auxiliam na regulação da ansiedade e favorecem o sono.
“Higiene do sono aumenta a qualidade do mesmo e favorece um bom desempenho nas provas. Inúmeros estudos mostram o quanto o sono está implicado na aprendizagem e o quanto a falta de bom sono está associada ao desenvolvimento de transtornos psiquiátricos”, explicou Jacyara Farias.
Na véspera da prova, a psicóloga disse ser recomendável que o participante, dentro do possível, se envolva em atividades que lhe promovam bem-estar. “No dia da prova, caso sinta-se muito ansioso pode-se realizar a prática da respiração diafragmática, que consiste em puxar o ar pelo nariz e lentamente conduzi-lo até o abdômen, contando até três e soltando-o pela boca”, exemplificou.
Farias disse ainda não ser recomendada a ingestão de estimulantes, Coca-Cola ou cafeína em excesso. “Eles podem colaborar para episódios de crises de ansiedade. No mais, uma boa noite de sono, confiar no que estudou até o momento e se preocupar com o momento presente”, finalizou.
Por Luciana Beder – Colaboradora com Tribuna Independente