Em júri marcado por emoção, MP pede condenação de Cícero Messias por feminicídio de Marcelle Bulhões

POR REDAÇÃO
Em um julgamento marcado por forte comoção e discursos contundentes, o Ministério Público de Alagoas pediu nesta segunda-feira (26) a condenação de Cícero Messias da Silva Júnior pelo assassinato triplamente qualificado da farmacêutica Marcelle Bulhões, ocorrido no Dia Internacional da Mulher, em 8 de março de 2023. O crime, cometido a pedradas no bairro Cidade Universitária, em Maceió, causou revolta e teve grande repercussão pública.
Durante sua fala no plenário, o promotor de Justiça Tácito Yuri foi enfático ao descontruir os argumentos da defesa e reafirmar a brutalidade do crime. “Quem recebeu uma sentença perpétua foi a vítima. Não existe laudo de agressão contra ele, mas há laudos claros sobre os ferimentos em Marcelle. A tentativa de transformar o réu em vítima não se sustenta. A mulher morreu de forma covarde, e o que ele fez é imperdoável”, afirmou o promotor. Em um gesto comovente, dirigiu-se ao filho da vítima: “Sua mãe foi uma mulher extraordinária. A justiça será feita.”
A acusação sustenta que o crime foi cometido por motivo torpe, com recurso que impossibilitou a defesa da vítima, caracterizando feminicídio. A equipe de acusação também ressaltou o histórico de violência de Cícero, que já havia sido preso anteriormente, e destacou o papel social de Marcelle, que desenvolvia projetos voltados a jovens em situação de vulnerabilidade. “Tentaram desmoralizá-la neste tribunal, como se fosse apenas mais uma vítima. Mas ela era admirada, generosa, e tirava de si para ajudar os outros”, afirmou a assistente de acusação. O julgamento segue com grande atenção pública e expectativa de um desfecho que reconheça a gravidade do crime.