Clamor por justiça: morte de adolescente em ação policial mobiliza moradores em Palmeira dos Índios

POR REDAÇÃO
Palmeira dos Índios (AL) – Em uma manhã marcada por emoção e indignação, moradores de Palmeira dos Índios foram às ruas neste sábado (10) para cobrar justiça pela morte do adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos. O jovem faleceu no último fim de semana após uma ação envolvendo a Polícia Militar.
Com faixas, cartazes e camisetas com o rosto de Gabriel, os manifestantes caminharam por ruas centrais da cidade. O ato, pacífico e carregado de dor, foi organizado por familiares e amigos do garoto, que pedem uma apuração imparcial e rigorosa sobre o que aconteceu naquela noite.
Gabriel, segundo relatos da família, era um rapaz dedicado, sonhador e conhecido por seu comportamento tranquilo. “Meu filho tinha planos, queria trabalhar, construir a vida dele com dignidade. Ele não merecia esse fim”, disse o pai, Cícero da Silva, com a voz embargada. A mãe, Fernanda, também se pronunciou durante o protesto: “Só quero a verdade. Meu filho não pode ser mais uma estatística. Quero justiça.”
Entenda o que aconteceu
Na noite do sábado (3), Gabriel foi perseguido por uma guarnição da Polícia Militar enquanto pilotava uma motocicleta. De acordo com o boletim da PM, o jovem estaria realizando manobras perigosas, o que teria motivado a tentativa de abordagem.
Ainda segundo a versão policial, durante a ação, Gabriel teria sacado uma arma e efetuado disparos contra os agentes, que reagiram. Ele foi atingido por tiros, chegou a ser socorrido e levado ao hospital, mas não resistiu.
A família, no entanto, contesta essa versão. Parentes e moradores afirmam que Gabriel não portava arma e questionam a conduta dos policiais envolvidos. O episódio gerou revolta na cidade e levantou dúvidas sobre a legitimidade da abordagem.
Investigação e acompanhamento
O caso está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Militar, e o Ministério Público também foi acionado. Organizações de direitos humanos acompanham o caso de perto, e promotores já solicitaram acesso às imagens de câmeras da região e aos laudos periciais.
Enquanto a apuração avança, a comunidade segue mobilizada. A morte de Gabriel gerou uma onda de solidariedade e também reacendeu debates sobre a abordagem policial de jovens nas periferias.
“Gabriel não pode ser esquecido. O que aconteceu com ele precisa ser esclarecido, para que outros jovens não passem pelo mesmo”, afirmou uma das organizadoras da passeata.