22 de abril de 2025

Julgamento dos acusados pela morte de Roberta Costa Dias começa após 13 anos de espera

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Após mais de uma década marcada por dor e silêncio, começa nesta quarta-feira (23) o julgamento dos acusados pela morte de Roberta Costa Dias, uma jovem de 18 anos que estava grávida de três meses quando desapareceu em 2012. O caso será julgado em Penedo, no interior de Alagoas, e mobiliza a comunidade local, familiares e defensores da justiça, que aguardam por respostas há 13 anos.

Roberta sumiu em abril daquele ano após sair de uma consulta médica. Seus restos mortais foram encontrados anos depois em uma área isolada do Pontal do Peba, em Piaçabuçu, no litoral sul do estado. A ossada foi identificada por meio de exame de DNA, e um sutiã encontrado junto ao corpo foi reconhecido pela mãe da jovem, Mônica Reis.

Em um vídeo emocionante divulgado nas redes sociais, Mônica fez um apelo aos jurados:
“Eu peço justiça por Roberta, que não teve chance de se defender. Nem o filho dela teve a oportunidade de nascer.”

Réus e acusações

Karlo Bruno Pereira Tavares e Mary Jane Araújo Santos são os réus do caso. Eles respondem por homicídio triplamente qualificado, aborto provocado por terceiros e ocultação de cadáver. Segundo o Ministério Público, o crime teria como motivação a gravidez da vítima, considerada indesejada pelos acusados.

Um ponto decisivo para o avanço do processo foi a perícia de um áudio obtido em 2018, no qual Karlo Bruno confessa o assassinato. A gravação passou a integrar o conjunto de provas contra os réus.

Esperança por justiça

O julgamento representa um capítulo decisivo para a família de Roberta, que nunca desistiu de buscar justiça. A expectativa é que os trabalhos no Tribunal do Júri se estendam por vários dias, com a oitiva de testemunhas, análise de provas e os argumentos das partes.

O caso, que chocou o estado de Alagoas, é lembrado como um símbolo da luta por justiça mesmo diante da morosidade do sistema judicial brasileiro.

POR REDAÇÃO