23 de novembro de 2024

Material escolar sobe até 30% em Maceió

Carolina Figueiredo compra material escolar para o filho Miguel, mas vai reutilizar bolsa e lancheira do ano passado para economizar - Foto: Edilson Omena

Com o início de janeiro, muitos pais vão às compras de material escolar para a volta às aulas dos filhos. Em Maceió, os itens podem ser encontrados com valores até 30% superiores aos praticados durante o ano de 2022. Segundo a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares, o aumento no preço dos materiais escolares deve variar entre 15% e 30%, em todo o país.

O Rafael Vieira é proprietário de uma papelaria no Centro da capital e contou que os preços aumentaram bastante depois da pandemia. “Desde a pandemia, os preços aumentaram bastante e de um ano para o outro sempre aumentam um pouco. Tem mercadoria que aumentou em torno de 30% do ano passado para esse ano. Ano passado teve aumento, mas esse foi considerável. Nós até nos assustamos, mas foge da nossa ossada. As fábricas já passam para a gente o preço com reajuste e nós só repassamos”, afirmou.

Para garantir as vendas, Vieira contou que procura oferecer variedade de marcas e condições facilitadas de pagamento. “Parcelamos em até seis vezes e damos desconto para pagamento à vista, no débito e no pix. Nossa variedade também é muito grande para ter o cliente e ele escolher o que cabe no bolso. Hidrocor, por exemplo, temos 15 tipos, do mais barato ao mais caro. Trabalhamos com várias fábricas para um mesmo produto”, disse.
Ainda de acordo com Vieira, alguns pais já adquiriram o material escolar em dezembro, mas a procura maior é neste mês de janeiro. “Tem um pessoal que se antecipa bastante, já começa a comprar, procurar em dezembro, mas o pico mesmo é a partir do dia 10 de janeiro até o dia 10 de fevereiro. São os 30 dias de maior procura, em que a papelaria fica uma loucura”, contou.

O gerente de outra papelaria Daniel Nunes disse que também observaram aumento nos preços dos itens de material escolar neste ano. “Houve um reajuste de preço, principalmente, em relação aos produtos licenciados, que são os produtos de personagens. Pensando nesse aumento, temos uma grande variedade para todos os tipos de bolso, tanto produtos licenciados quanto similares, que ajudam bastante na finalização da lista de material escolar”, afirmou.

Ainda segundo Nunes, foi reforçado o estoque e o quadro de funcionários para atender a demanda em janeiro. “Reforçamos tanto material quanto o quadro de funcionários. É um período em que aumentamos a quantidade de funcionários para atender a demanda. A tendência é que aumente a procura na segunda semana de janeiro e sempre tentamos facilitar para que os pais possam sair daqui com o material escolar completo”, disse.

A dona de casa Carolina Figueiredo é mãe do Miguel e está comprando material escolar para o filho pelo segundo ano. Para economizar, vai reutilizar a bolsa e a lancheira que comprou em 2022. “Vou colocar para usar a mesma do ano passado porque ainda está muito nova e ele ainda é novinho. Quando está maior ainda faz questão de não repetir, de escolher personagem, mas como ele ainda é pequeno, vou colocar para repetir. Já é uma economia”, afirmou.

Por Luciana Beder com Tribuna Independente

A atendente Helen Karoline aproveitou o início de janeiro para comprar o material escolar da irmã e pesquisar o dela, já que vai ingressar na universidade. Segundo Helen Karoline, ela só compra depois de pesquisar em várias lojas. “Minha irmã já é adolescente, então é só o material de uso pessoal. Ela deu umas dicas e eu vim comprar. Como eu vou começar na faculdade, aproveitei para dar uma pesquisada. Ainda estou pesquisando, porque pretendo comprar onde for mais em conta, procuro economizar sempre”, disse.

O economista Diego Farias ressaltou que a expectativa de aumento no preço dos materiais escolares está em torno de 30%, se comparado com o ano anterior, e aconselhou que os pais ou responsáveis não deixem para adquirir o material escolar de última hora.

“Não deixar para última hora para adquirir itens básicos escolares, pois todos os anos eles aumentam de preço nesse período. E a grande dica é pesquisar em loja online, pois a variação no preço de um produto de uma mesma marca pode chegar a 40% de uma loja para outra”, disse.

Procon destaca itens que escolas não podem solicitar

Segundo o diretor do Procon Maceió, Leandro Almeida, há itens que as escolas não podem solicitar nas listas de materiais e não devem ser comprados pelos pais. “Material de higiene e limpeza, de uso da própria escola como apagador, pincel para quadro, tudo isso não deve constar na lista de materiais. Se a escola oferece taxa de material escolar, a relação do material que vai ser adquirido com essa taxa deve ser mostrada, fornecida aos pais e os pais devem ter a opção de pagar a taxa ou comprar por conta própria”, afirmou.

Ainda de acordo com Almeida, as escolas não podem exigir marcas ou locais de compras específicos, com exceção dos módulos. “O colégio não pode obrigar os pais a comprarem os materiais escolares em uma determinada empresa, fornecedor ou de uma marca exclusiva. Mas os módulos sofrem essa exceção da regra porque estão ligados a um método de ensino que é aplicado naquela escola e os pais têm livre arbítrio na hora de escolher qual a escola e qual o método que vai ser aplicado. Então, neste caso, não incide irregularidade de um módulo ser de uma única editora”, disse.

O diretor do Procon Maceió ressaltou que as escolas podem solicitar a taxa de material escolar, porém não deve ser obrigatória. “A taxa de material escolar é facultativa, ou seja, o pai tem a opção de pagar ou não essa taxa e, ainda que pague, deve ser informado a ele qual é o material e ele tem a oportunidade de escolher se quer ou não adquirir com a própria escola, ressaltando sempre que o material não pode ser sugerido ou orientado a compra em um só estabelecimento ou de uma determinada marca específica”, afirmou.

Almeida frisou que, em caso de dúvida, os pais podem questionar a própria instituição e procurar o Procon para denúncias e reclamações. “Os pais podem questionar a própria escola sobre qualquer material que tenham dúvida, sobre a utilização e o pedido daquele material e, se a resposta não for condizente, devem procurar o Procon e denunciar qualquer pedido abusivo de material”, finalizou.