Réus do assassinato de Roberta Costa Dias serão julgados pelo tribunal do júri

POR REDAÇÃO
Após 13 anos do assassinato de Roberta Costa Dias, os réus Mary Jane Araújo dos Santos e Karlo Bruno Pereira Tavares finalmente irão a júri popular. A decisão foi tomada pelo novo juiz da 4ª Vara Criminal de Penedo, Lucas Lopes Dória Ferreira, após o esgotamento de todos os recursos apresentados pela defesa dos acusados, que tentavam evitar o julgamento.
Com a decisão, a data do tribunal do júri deve ser definida e anunciada em breve.
O caso de Roberta Costa Dias é um dos mais longos e revoltantes episódios de violência contra a mulher em Alagoas. A jovem, de 18 anos e grávida, foi assassinada após se recusar a abortar a criança, como exigiam seu ex-namorado, então com 17 anos, e a mãe dele, Mary Jane Araújo dos Santos. O crime, marcado pela crueldade, gerou uma profunda indignação na sociedade, não apenas pela brutalidade do ato, mas também pela motivação que refletiu o controle sobre a decisão de uma mulher sobre seu próprio corpo.
Roberta Costa Dias desapareceu em 11 de abril de 2012, quando saiu para uma consulta pré-natal e foi encontrada morta nove anos depois, no Pontal do Peba. Desde o desaparecimento, seus pais suspeitavam do ex-namorado e de sua mãe, Mary Jane, e buscaram justiça. Em 2014, o pai de Roberta, Ademir Dias, foi assassinado. A autoria do crime foi revelada em 2019, após uma gravação telefônica de 43 minutos, na qual Karlo Bruno, amigo do ex-namorado de Roberta, detalhou o assassinato.
Karlo Bruno revelou que o ex-namorado de Roberta planejou e executou o crime com sua ajuda. A jovem foi asfixiada e enterrada perto da praia. Como o ex-namorado tinha 17 anos, foi julgado pela Justiça da Infância e da Juventude. Já Mary Jane e Karlo Bruno foram indiciados por homicídio qualificado, aborto sem consentimento, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Mary Jane ficou presa por dois meses, mas Karlo Bruno nunca foi preso. Ambos recorreram para adiar o júri, mas todos os recursos foram negados.