10 de março de 2025

Caso Vitória: sete pessoas são investigadas por suspeita de envolvimento no crime; vingança e ameaça são hipóteses para morte

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Caso Vitória – Foto: Reprodução

Ao menos sete pessoas estão sendo investigadas pela Polícia Civil por suspeita de terem algum tipo de envolvimento no caso do assassinato de Vitória Regina de Sousa. Vingança e ameaça são algumas das hipóteses apuradas para tentar explicar o motivo do crime.

A adolescente de 17 anos desapareceu no dia 26 de fevereiro em Cajamar, na Grande São Paulo. Câmeras de segurança gravaram quando ela deixou o shopping onde trabalhava e caminhou até um ponto de ônibus. Durante o trajeto, Vitória chegou a enviar áudios e mensagens para uma amiga dizendo que estava com medo de dois homens que estavam num carro e a assediaram, e de outros dois rapazes que depois entraram com ela no coletivo.

Segundo testemunhas, ela desceu sozinha no ponto final em Ponunduva, bairro da zona rural de Cajamar, onde Vitória morava com a família. Depois não foi mais vista. Os pais de Vitória registraram boletim de ocorrência na delegacia da cidade para comunicar o desaparecimento da jovem. Também procuraram a imprensa, pedindo ajuda na divulgação do caso para localizá-la.

Após uma semana de buscas, cães farejadores da Guarda Civil Municipal (GCM) encontraram o cadáver da garota na quarta-feira (5). Ele estava nua, com a cabeça raspada e machucada. Vitória foi reconhecida por familiares que identificaram as tatuagens e piercing da moça.

Uma perícia irá apontar a causa da morte e que tipo de violência sofreu _ela teria sido esfaqueada. O corpo dela foi enterrado na quinta (6) no cemitério da cidade após ter sido velado no ginásio municipal, reunindo diversas pessoas, sob forte comoção.

Até a última atualização desta reportagem nenhum suspeito de participação no sumiço e homicídio de Vitória havia sido preso. A polícia também ainda não identificou quem assassinou a adolescente. E também não sabe, até o momento, se o homicídio teve algum mandante.

A delegacia de Cajamar chegou a comunicar nesta semana a jornalistas que pediu a prisão temporária de um ex-namorado da adolescente, mas a Justiça negou, alegando que não havia suspeitas de que ele cometeu o homicídio. O motivo da prisão, segundo a polícia, foi o fato de haver divergências no depoimento dele.

O rapaz compareceu na quinta à delegacia, onde prestou depoimento como investigado. O g1 não conseguiu localizá-lo ou falar com a sua defesa sobre o que ele disse.

Segundo o delegado seccional de Franco da Rocha, Aldo Galiano, que assessora a delegacia de Cajamar nas investigações, ainda não há indícios de que o ex-namorado de Vitória tenha participado diretamente do assassinato da jovem.

Mesmo assim, ele é investigado por suspeita de que possa ter algum tipo de envolvimento no caso. “Há uma grande suspeita de que ele não teria participado do crime [homicídio], mas que saberia que o crime seria executado”, disse Galiano ainda na quinta, em entrevista ao Bom Dia SP da TV Globo.

Além do ex-namorado de Vitória, mais seis pessoas são investigadas no caso: um ‘ficante’, dois jovens que entraram com a adolescente no ônibus a caminho da casa dela, outros dois homens que estavam no carro e a assediaram, e um rapaz que teria emprestado o veículo a eles e deixou o bairro.

Até esse momento, não há confirmação de que os investigados participaram diretamente do assassinato. A polícia também não informou se conseguiu identificar todos os sete homens.

Apesar disso, a polícia quer saber se eles tiveram algum tipo de envolvimento, desde dando informações a quem a matou, até oferecendo veículos para eventualmente seguirem a vítima, mas nada foi confirmado ainda.

Para a investigação, mais de uma pessoa cometeu o homicídio. Também é apurado se o assassino tem ligação com alguma facção criminosa.

A investigação é feita sob sigilo a pedido da polícia. Detalhes do que já foi apurado não são informados à imprensa. Durante coletiva na quinta na delegacia que investiga o caso em Cajamar, policiais se limitaram a informar que já ouviram depoimentos de 14 pessoas.

Entre as linhas de investigação para tentar esclarecer o motivo do crime estão a de vingança e a de ameaça. Na primeira hipótese, é apurado se alguma pessoa teria motivo para mandar matar Vitória. Na segunda possibilidade, é investigado quem ameaçou a adolescente recentemente, segundo a família dela relatou à polícia.

De acordo com os policiais, quem matou Vitória provavelmente mora no bairro. A investigação apura se a adolescente foi levada para algum cativeiro, onde pode ter sido torturada até a morte, sendo depois colocada novamente na área de mata até ser localizada pelas autoridades.

“Essa pessoa sumiu de lá de perto da casa da [Vitória]. Já localizamos várias pistas e estamos trabalhando em cima disso. Ele também é investigado. Aliás, é o mais forte investigado”, afirmou Galiano. Segundo o delegado, esse morador é um dos seis suspeitos investigados.

Por G1