Procura por vacina contra a dengue é pequena no primeiro dia de imunização
Campanha de vacinação contra dengue é direcionada para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos – Foto: Ascom SMS
Começou bastante tímida a procura pela vacina contra dengue nos postos de saúde de Maceió, ontem, primeiro dia da campanha de vacinação contra a doença na capital.
O imunizante deve ser aplicado em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos (14 anos, 11 meses e 29 dias), segundo recomendação do Ministério da Saúde. A vacina será administrada de segunda a sexta-feira nas salas de imunização das Unidades de Saúde de Maceió, conforme a Secretaria Municipal de Saúde de Maceió.
A vacinação contra a dengue tem como objetivo a redução das hospitalizações e óbitos decorrentes das infecções contra os quatro sorotipos virais (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4).
A coordenadora técnica de Imunização de Maceió, Eunice Amorim, garantiu que a vacina é segura, eficaz e representa mais um avanço no campo da imunização como medida de prevenção e controle da doença.
O esquema vacinal recomendado ao público-alvo corresponde à administração de duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
Alagoas recebeu 22.180 doses da vacina Qdenga. Simultaneamente, a vacina está sendo também aplicada nos municípios de Barra de Santo Antônio, Barra de São Miguel, Coqueiro Seco, Flexeiras, Marechal Deodoro, Messias, Paripueira, Pilar, Rio Largo, Santa Luzia do Norte e Satuba.
Dados do último Boletim Epidemiológico da Sesau apontam que foram notificados 8.261 casos suspeitos de dengue em Alagoas no período de 1º de janeiro até o dia 6 deste mês, sendo 4.535 confirmados. No mesmo período do ano passado foram 2.736 casos suspeitos, sendo 1.690 confirmados. Do total de casos confirmados, 95 pessoas tiveram dengue com sinais de alarme e outras sete desenvolveram casos graves da doença.
Ainda com relação ao Boletim, este ano foram confirmados três óbitos, sendo um em Atalaia, um em Viçosa e um em Porto de Pedras. No mesmo período do ano passado não houve nenhum óbito confirmado.
As estatísticas de mortes em decorrência da dengue podem aumentar. A Sesau investiga o registro de sete óbitos suspeitos, sendo um em cada um dos municípios de Teotônio Vilela, Boca da Mata, Porto de Pedras, Viçosa, São Luís do Quitunde e outros dois óbitos em Maceió.
Na capital, desde o início de 2024, houve registro de 1.988 casos prováveis de dengue, dos quais 1.852 já foram confirmados. No mesmo período de 2023 foram confirmados 830 casos da doença.
Pais devem levar cartão do SUS e CPF no momento da imunização
Os pais ou responsáveis devem comparecer a Unidade de Saúde com cartão SUS ou CPF da criança ou adolescente, além da caderneta de vacinação. Na ausência do cartão SUS ou CPF no momento em que comparecer no serviço de saúde, será realizada a busca da informação no sistema.
Caso a criança ou o adolescente tenha sido diagnosticado com dengue, é necessário aguardar seis meses para iniciar o esquema vacinal. Em caso de infecção pelos vírus da dengue após a primeira dose, deve-se manter a data prevista para a segunda dose, desde que haja um intervalo de 30 dias entre a infecção e a segunda dose.
A vacina é contraindicada para pessoas que tiverem alergia grave a algum dos componentes da vacina ou a uma dose anterior da vacina Qdenga.
O imunizante não é recomendado para gestantes e pessoas com imunossupressão congênita, adquirida ou por terapias medicamentosas. Nem para adolescentes que estejam amamentado (lactantes). Assim como pacientes que estiverem com febre no dia da vacinação, devem aguardar até a completa recuperação. A presença de uma infecção leve, como um resfriado, não deve resultar no adiamento da vacinação.
Os gestores de saúde e os médicos estão apreensivos com a baixa procura à vacina contra a dengue. Isto porque o reaparecimento do sorotipo três da dengue em Alagoas acendeu um alerta sobre os cuidados para evitar a doença.
“O sorotipo 3 é o tipo mais grave da arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e não circulava no Estado há cerca de 15 anos”, disse o infectologista da Sesau, Renee Oliveira.
Influenza: vacina só chega a 26,19% do público-alvo
As autoridades da área de saúde acreditam que a população ainda não se deu conta do aumento da gravidade dos casos de influenza. A preocupação encontra respaldo nos números da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió (SMS) que registrou uma cobertura vacinal de apenas 26,19% de um público vacinável estimado em 357.883 pessoas.
Os casos de influenza tiveram um aumento de 261,5% em Maceió, se comparado os três primeiros meses deste ano em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Foram 18 casos e agora 94.
Em todo o ano de 2023 foram registrados sete óbitos decorrentes da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por influenza. Até o momento, já foram notificados 10 óbitos.
As informações foram repassadas pela Coordenação Técnica de Vigilância das Doenças e Agravos Transmissíveis (CTVDAT) da Secretaria de Saúde de Maceió.
Desde o início do mês, o público-alvo foi ampliado para todas as idades, a partir dos seis meses de vida. A SMS reforçou que a população procure os postos de imunização contra a influenza. O maior risco de agravamento da doença engloba os menores de cinco anos, idosos, pessoas com comorbidades, gestantes e puérperas.
A meta definida pelo Ministério da Saúde é imunizar, pelo menos, 90% de cada um dos grupos prioritários contra a influenza. Essa vacinação de 2024 é trivalente e sua formulação é eficaz contra as cepas H1N1, H3N2 e tipo B e é constantemente atualizada.
Por Valdete Calheiros – Colaboradora / Tribuna Independente