Operação cumpre mandados contra manipulação de imagens pornográficas de adolescentes
Operação Deepfake – Foto: PC/AL
Uma operação denominada Deepfake, comandada pelos delegados da Polícia Civil relativa a manipulação de imagens pornográficas com a sobreposição do rosto de adolescentes, com o uso de inteligência artificial está em andamento em bairros de Maceió e na cidade de Marechal Deodoro, Litoral Sul de Alagoas. Foram apreendidos celulares, tablets, notebooks até o momento.
Segundo as investigações, os estudantes têm idades entre 14 e 16 anos. Eles usaram os rostos de colegas de turmas para sobrepor em imagens pornográficas e compartilhar em grupos de WhatsApp. Foram apreendidos smartphones, tablet e notebooks. O material passará por análise da perícia técnica para descobrir a rede de produção e distribuição das imagens.
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Os mandados foram cumpridos nas primeiras horas da manhã e os policiais encontraram os pais em casa durante as buscas. O delegado disse que a maioria, ao saber do motivo da presença da polícia em casa, tentou justificar a atitude dos filhos amenizando a situação, alegando que tudo não passou de uma ‘brincadeira’.
A operação está sendo comandada pelos delegados Daniel Mayer, diretor do DPJ1 (Diretoria de Polícia Judiciária 1) e Sidney Tenório, titular da Delegacia de Crimes Cibernéticos. Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em domicílios situados nos bairros Ponta Verde, Jatiúca, Mangabeiras, Serraria e na cidade de Marechal Deodoro.
O delegado Daniel Mayer, que participou da operação, disse que as imagens falsas produzidas pelos jovens impressionam pelos traços de realidade.
A polícia ainda está fazendo um levantamento de quantas pessoas foram vítimas dos jovens, mas já tem o relato de 17 adolescentes e, segundo o delegado, alguns gravíssimos. Uma das vítimas ficou um tempo sem conseguir sair de casa e chegou a ter dúvidas sobre a foto, de tão perfeita que foi a montagem.
O que é deepfake
O conceito da palavra vem de uma junção de dois termos em inglês, “deep learning” (aprendizado profundo, em uma tradução livre) e “fake” (falso). Se trata de uma síntese de imagens ou sons humanos, com base em técnicas de inteligência artificial, e acaba sendo mais usada para combinar o rosto ou a fala em um vídeo preexistente.
Apesar de poderem ser usados em prol da criatividade, como no cinema ou em dublagens, também trazem um desafio de segurança, além de ética. Muitas vezes acabam sendo usados para disseminação de notícias falsas, difamação, ou, como no caso desta investigação policial, a criação de conteúdo pornográfico com a imagem de outras pessoas, sem o consentimento delas.