21 de novembro de 2024

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Sessão pública na ALE homeangeia os 40 anos do MOvimento dos Trabalhadores Sem Terra – Foto: Sandro Lima

”Essa Luta é nossa, essa luta é do povo. É só lutando que se constrói um Brasil novo…”. Foi assim, com o hino que os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra iniciaram a sessão pública na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) em homenagem aos 40 anos do movimento. De iniciativa do deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT), a proposta da sessão é de celebração das conquistas dos trabalhadores rurais no último período.

O MST tem sido, ao longo dos seus 40 anos, peça fundamental para garantir o acesso à terra para quem, de fato, nela trabalha, e ao alimento saudável à toda a sociedade, além de fundamental instrumento de organização dos trabalhadores rurais em defesa de nossa soberania e fortalecimento da democracia brasileira”, afirma o parlamentar.

Ronaldo Medeiros ressalta que, mesmo diante de constantes ataques, o movimento jamais abandonou suas motivações por mais democracia no Brasil e por mais dignidade às famílias do campo, que vivem de seu sustento produzindo alimentos. 

”Não foram poucas as vezes que tentaram destruir o MST, uma vez que este é a organização dos movimentos sociais que mais simboliza a luta contra a concentração de riqueza no país. O Brasil se formou em torno do latifúndio, que é a base histórica de nossas desigualdades sociais e econômicas”, pontuou. ”Mesmo assim, o MST nunca faltou ao povo brasileiro. Tiremos o exemplo que deram no auge da pandemia de covid-19 que, mesmo sob um governo que incentivava ataques aos movimentos sociais, especialmente os de luta por reforma agrária, o MST foi solidário com os mais pobres e doou toneladas de alimentos de seus assentamentos em todo o Brasil. Por isso, reconhecer e enaltecer a luta do MST se faz necessário”, completou o deputado estadual.

Ronaldo Medeiros, deputado estadual (PT) (Foto: Sandro Lima)



Para Débora Nunes, da Coordenação Nacional do MST em Alagoas, a sessão é um momento de mostrar toda a luta do movimento. ”É a celebração dos 40 anos, mas também momento de apresentar para a sociedade que, nós temos aí uma caminhada de muita luta, de muita resistência, mas também de construção. Acho que o MST tem cumprido papéis importantes na Reforma Agrária, não só no sentido da democratização da terra, dando continuidade a lutas históricas, desde os povos originários aos negros escravizados, aos Zumbis dos Palmares, a luta de Canudos e tantos outros que nos antecedem. Mas também continuar a luta para que a gente possa, de fato, construir uma sociedade justa. E nós temos feito isso através da democratização da terra, pelo exercício da produção do alimento saudável, da preservação do meio ambiente, porque nós entendemos que só é possível termos uma sociedade justa, solidária, de fato, se as desigualdades forem diminuídas nesse país. E nós não temos dúvida que a luta pela Reforma Agrária e democratizar a estrutura fundiária do Brasil é essencial para a gente construir um país mais justo”.

A militante ressalta a parceria de vários outros movimentos sociais, sindicais e até mesmo político na luta do MST nesses 40 anos.

”Hoje não sei se a palavra seria cobrar, mas nós queremos convocar a sociedade a se somar nessa luta. Porque a reforma agrária, ela resolve problemas dos sem terra, mas ela também contribui para resolver problemas de quem está na cidade. Nós vivemos em um estado onde a nossa capital é amontoada de gente, pessoas na sua grande maioria também que foram expulsos do campo e vieram para cá. Se, se realiza a reforma agrária, nós temos a possibilidade dessas famílias terem casa para morar, poderem ter terra, poder produzir o alimento saudável, além de enfrentar problemas que afetam a humanidade, como a questão climática, as crises ambientais, a fome, que é algo que afeta, que lamentavelmente ainda é uma ferida na nossa sociedade. Então, nós queremos aqui reafirmar o nosso compromisso com essa luta, mas dizer à sociedade que essa luta precisa ser uma luta de todos”, ressaltou Nunes.

Débota Nunes, coordenadora do Nacional do MST em Alagoas (Foto: Sandro Lima)





Além de representantes do Poder Público,  se fizeram presentes na solenidade, lideranças de movimentos populares do campo e da cidade, representantes religiosos, grupos culturais e partidos políticos.

SESSÕES EM TODO O PAÍS

Parlamentares em todo o país estão realizando ações públicas em homenagem aos 40 anos do Movimento Sem Terra, como o caso da sessão realizada na última quarta-feira (28) na Câmara dos Deputados, sob convocação dos deputados federais Luiza Erundina (PSOL-SP), Dionilso Marcon (PT-RS), João Daniel (PT-SE) e Valmir Assunção (PT-BA).

Assembleias Legislativas de outros estados também estão se organizando para as sessões em homenagem ao Movimento Sem Terra, a exemplo do Ceará, que realiza no próximo dia 15 de março.

Por Lucas França com Tribuna Hoje