Rotavírus lota consultórios em Maceió
A vacinação de crianças faz parte das medidas de prevenção contra o Rotavírus – Foto: Divulgação
Os casos de doenças diarreicas agudas (DDA) estão enchendo as antessalas dos consultórios médicos. Um dos principais agentes virais causadores deste quadro clínico é o Rotavírus.
O vírus causa episódios graves de diarreia, principalmente, em crianças menores de cinco anos em todo o mundo, particularmente nos países em desenvolvimento.
Em Maceió, a Coordenação Técnica de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde não possui dados sobre o Rotavírus. De acordo com a pasta, só é de notificação compulsória os casos de rotavírus identificados em crianças menores de 5 anos por meio de Unidade de Vigilância Sentinela. No entanto, essa unidade está em processo de implantação e, ainda, sem prazo para conclusão.
Apesar de o Rotavírus acometer especialmente crianças, pessoas de todas as idades estão também suscetíveis à infecção. A manifestação clínica causada pelo vírus é chamada de gastroenterite.
Os recém-nascidos normalmente têm infecções mais leves ou assintomáticas, provavelmente devido à amamentação e aos anticorpos maternos transferidos pela mãe.
O médico infectologista Fernando Maia explicou que o rotavírus causa, na maioria das vezes, um quadro leve que se resolve espontaneamente sem maiores consequências, mas pode causar quadros de diarreia bastante importantes, inclusive podendo causar o óbito do paciente.
“Se atingir uma criança de baixo peso, uma criança desnutrida, prematura, a doença pode fazer formas graves. O principal sintoma é diarreia, diarreia líquida. Às vezes o quadro apresenta febre, às vezes não. A diarreia líquida é bastante volumosa e pode levar à desidratação. Esse é o grande problema”, destacou o médico ao garantir que uma das formas de prevenção é a vacina específica contra a doença. A dose faz parte do cronograma nacional obrigatório de vacinas.
O Rotavírus é transmitido pela via fecal-oral (contato pessoa a pessoa, ingestão de água e alimentos contaminados, contato com objetos contaminados, e propagação aérea por aerossóis) e é encontrado em altas concentrações nas fezes de crianças infectadas.
O período de incubação é de dois dias, em média. Quanto à transmissibilidade excreção viral máxima acontece nos 3º e 4º dias a partir dos primeiros sintomas.
Apesar disso, é possível detectar rotavírus nas fezes de pacientes mesmo após a completa resolução da diarreia. O diagnóstico de rotavírus ocorre a partir da coleta da amostra de fezes in natura.
Como o Rotavírus geralmente é autolimitado, o paciente deve ser tratado por meio da reposição de líquidos e minerais, para prevenir ou corrigir a desidratação, e manejo nutricional adequado. No tratamento, o foco é o combate à desnutrição, o uso adequado de medicamentos e a prevenção das complicações.
Por Valdete Calheiros – colaboradora / Tribuna Independente