Prédio da CNEC abandonado no bairro do Poço
Ginásio de Esportes Jorge Assunção teve até seu teto levado, depois de anos de abandono – Foto: Edilson Omena
O Ginásio Cenecista de Esportes Jorge Assunção abandonado, há anos, abriga pessoas em situação de rua e serve como local para consumo de drogas. A situação está deixando a vizinhança que reside à Travessa Dr Geraldo Melo dos Santos amedrontada.
O Ginásio pertence ao Colégio Cenecista, localizado no bairro do Poço, que desde 2016 foi desativado e deixou de receber alunos. O Colégio Cenecista pertente à rede Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC).
No local, por muitos anos, funcionou a antiga Estação Rodoviária de Maceió.
No prédio do Colégio Cenecista, um pequeno grupo de funcionários cuida dos arquivos dos estudantes e aguarda, com esperança, a concretização da promessa de que a unidade voltará a funcionar como escola.
Uma servidora da secretaria do Cenecista – que pediu para não ser identificada – afirmou que tanto ela quanto os demais funcionários estão trabalhando com afinco na reorganização do arquivo a fim de desocupar o espaço para o colégio voltar a funcionar normalmente.
“Recebemos a informação de que ainda este ano, tudo voltará à normalidade e teremos novamente estudantes no nosso Colégio”, adiantou.
Enquanto as atividades no Colégio não são retomadas, o aposentado Anselmo Carvalho de Oliveira, 70 anos, dos quais 21 morando em frente ao Ginásio Cenecista de Esportes Jorge Assunção, observa seus vizinhos perderem o gosto de morar no local, devido à sensação de medo, causada pelo abandono do prédio.
“Um ginásio desse tamanho estar abandonado, entregue aos estragos causados pelo tempo é um absurdo. Algo precisa ser feito. Temos saudades dos grandes eventos que aconteciam aqui”, recordou.
Sem nunca ter frequentado uma escola, Naiara Rocha dos Santos, 21 anos, admitiu morar e ser a “dona” do Ginásio – ou do que restou dele – há 15 meses. Acompanhada de mais quatro rapazes, ela contou que, como tem a posse do terreno por ter chegado antes dos rapazes todos seguem suas regras.
“Minha casa é aqui. Escrevo minha história aqui. Eu mesma limpo o terreno vez ou outra e cuido do espaço. Daqui eu não saio. Não tenho para onde ir. Deixaram abandonado e eu tomo conta”, resumiu. O Ginásio está com a estrutura toda comprometida. Apenas o “esqueleto” está de pé. De forma muito tímida uma placa ainda avisa que é proibido jogar lixo. Mas, ao que parece, ninguém dá muita atenção ao pedido.
Em Alagoas, existem outras duas unidades da CNEC, ambas em funcionamento: o Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, em Arapiraca, e o Colégio Cenecista Santana, em Santana do Ipanema.
A reportagem da Tribuna Independente entrou em contato com o diretor do Colégio Cenecista, através do e-mail informado pela secretária do Colégio. Até o fechamento desta edição, não obtivemos retorno.
Por Valdete Calheiros – colaboradora / Tribuna Independente