24 de novembro de 2024

Vereadores cobram desfecho da CEI da BRK

Vereadora Silvania Barbosa provocou colegas parlamentares sobre andamento dos trabalhos da CEI da BRK – Foto: Assessoria

Sem avanços ou novidades significativas há meses, a Comissão Especial de Inquérito (CEI) da BRK na Câmara Municipal de Maceió recebeu uma cobrança na sessão da última terça-feira (12). Durante pronunciamento na tribuna da Casa, a vereadora Silvânia Barbosa (MDB) trouxe a provocação.

“Quero mais uma vez cobrar velocidade, concretização na CEI que foi criada da famosa BRK. Precisamos de resposta, precisamos que tragam aqui um desfecho dessa CEI. Porque, pasmem vocês, pessoas envolvidas num crime tão periculoso da cidade de Maceió hoje estão se aproveitando de mais uma inconsequência que a população de Maceió passa, que é essa terrível BRK”, disse a vereadora.

Barbosa reforçou que apesar das críticas que são feitas ao trabalho da Câmara, na CEI da Braskem que participou há quatro anos trouxe resultados. “Dizem que é só mais um vereador esperneando ali na tribuna, mas nós vereadores somos ouvidos. Quantas pessoas já chegaram para mim e falaram ‘eu vi pronunciamento de A e de B’. Eu fico feliz, porque mesmo se esses poderosos que não deram vazão nenhuma à CEI que foi criada da Braskem nessa casa, todos os membros que participaram da CEI, inclusive eu, saíram satisfeitos. Porque está aqui agora o resultado de tudo o que foi dito lá atrás”.

E afirmou mais uma vez. “Então, aos vereadores aqui desta Casa, eu como vereadora preciso saber em que pé anda [a CEI da BRK]. E a população de Maceió que veio para essa casa reivindicar, participou de audiência, fez perguntas sobre essa famigerada BRK, a população espera uma resposta”.

Os integrantes da CEI reagiram. O presidente João Catunda (PP) deu início durante seu pronunciamento, e em seguida pediram um aparte na sua fala a vereadora Olívia Tenório (MDB) e Rodolfo Barros (PSB).

A fala de Catunda foi marcada por justificativas. “Nós tivemos muitas dificuldades desde o início da instauração da comissão, tivemos a licença de vereadores, a entrada de novos vereadores, com essa entrada de novos vereadores temos que fazer um novo formato, nova composição da comissão”.

Ele retomou promessas de quando a CEI foi instaurada, mas sem avanços concretos. “Tenho certeza que o relatório final dessa comissão será de extrema importância para as decisões que o nosso município terá de tomar em manter a empresa, em tirar a empresa, em levar o melhor serviço para os cidadãos, em suspender taxa de esgoto como a gente vem discutindo veementemente na nossa comissão. É uma comissão que tem discutido junto com o ministério público decisões que precisam ser tomadas, mas de forma responsável”.

Como o assunto em destaque no momento é a Braskem, tendo sido inclusive amplamente abordado na mesma sessão, Catunda aproveitou para fazer um paralelo entre as duas empresas. “A Braskem, eu costumo dizer que é uma empresa que atingiu cinco bairros, milhares de famílias, de vidas e de sonhos, mas a BRK acaba tenho um alcance muito maior porque atinge toda a população de Maceió. Então é uma empresa tão criminosa quanto, que tem prestado um desserviço à nossa cidade. E que precisamos punir também não só as pessoas que estão envolvidas na empresa, mas as pessoas que trouxeram a empresa e não fiscalizam da forma devida”.

Vereadora reclama de tratamento dispensado à comissão especial

Ainda durante a sessão na Câmara de Maceió, a vereadora Olívia Tenório (MDB), também participou dos debates sobre o andamento da Comissão Especial de Inquérito que investiga os serviços prestados pela empresa BRK na capital.

Olivia Tenório reiterou críticas a serviço da BRK em Maceió (Foto: Assessoria)

“A gente não pode fechar os olhos para o que outra empresa está fazendo aqui em Maceió. Infelizmente é uma empresa que tem cobrado, e tem cobrado caro. Nós temos uma das maiores alíquotas do país, a água em Maceió tem o metro cúbico mais caro do que em São Paulo. São coisas que precisam ser explicadas o porquê. Se foi porque estava na questão da licitação, então a gente repactua. O que não pode é a gente, sabendo que é um estado pequeno, que ainda não chegou no desenvolvimento de São Paulo, estar pagando mais caro do que eles”, declarou.

Olívia Tenório reclamou do tratamento que tem sido dado pelos envolvidos à CEI. “A gente faz uma pergunta, ela vem pela metade, ela vem se esquivando, manda procurar em outro órgão, e ninguém quer passar todos os documentos que a gente tem solicitado, todos os documentos necessários e que a gente tem o direito de cobrar. E por que não querem passar? Um ditado muito antigo e que até hoje é muito sábio é que quem não deve, não teme. Quem não deve, não esconde”.

O outro aparte ficou por conta do atual relator da CEI, vereador Rodolfo Barros (PSB), que reforçou as justificativas sobre ter se tornado integrante com os trabalhos em andamento. “Assumindo agora essa relatoria, me colocar à disposição dos demais vereadores para que a gente possa reunir a maior quantidade possível de documentos, de provas que de alguma maneira reforcem a irresponsabilidade e o tratamento de forma abusiva com o cidadão maceioense que tem feito”.

Em contato ontem (14), com a assessoria do vereador e presidente da Comissão Especial de Investigação, João Catunda, a Tribuna Independente quis saber maiores informações sobre os trabalhos da CEI. O gabinete do parlamentar informou que “estão buscando provas, fazendo o apurado das contas de água das pessoas, em que há um pagamento de taxa de esgoto, mas que não há o serviço de esgoto e saneamento básico no local”.

Por Emanuelle Vanderlei – colaboradora / Tribuna Independente