Explode ‘bomba’ maior que o colapso da mina 18: Braskem montou rede de corrupção para esconder crime
Fachada da Braskem, no bairro Pontal da Barra, em Maceió
Numa entrevista bombástica ao Canal Uol, o empresário Alexandre Sampaio, presidente da Associação dos Empreendedores e Vítimas da Mineração em Maceió, detalhou os riscos que a população de Maceió e das áreas próximas correm diante do colapso das minas de sal, da região do Mutange até o bairro do Pinheiro.
Sem meias palavras, o empresário apontou a omissão do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública da União (DPU), do Ministério Público Estadual (MPE/AL) e da Comissão Municipal de Defesa Civil, favorecendo a multinacional Braskem S/A em detrimento da população atingida.
Segundo ele, os últimos cinco anos de luta dos moradores e empreendedores dos cinco bairros atingidos pela mineração da Braskem, foram cerceados por uma “rede de corrupção generalizada e omissão das autoridades”. Sampaio afirmou que, beneficiada por empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que chegam a R$ 7 bilhões, a Braskem cooptou pessoas, a mídia e os poderes públicos para esconder o crime que cometeu em Maceió.
Questionando o MPF, a DPU e o MPR por não terem impetrado ação criminal contra a Braskem quando, em março de 2018, ocorreu o primeiro tremor de terra sentido por moradores de alguns bairros de Maceió, o presidente da Associação dos Empreendedores e Vítimas da Mineração em Maceió diz que essas instituições contribuíram decisivamente para que a situação se agravasse.
O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, é citado na entrevista por ter descumprido trato político que, ainda como candidato ao cargo, fez com as organizações da sociedade civil para não assinar o acordo alinhado pelo MPF com a multinacional. “Três meses depois de eleito o prefeito João Henrique Caldas traiu o trato que tinha com as vítimas da Braskem” – declarou Alexandre Sampaio. E mais, disse que foi ameaçado diante do prefeito e este se omitiu e não lhe defendeu.
Sampaio afirma que a Braskem cometeu diversos crimes em Maceió, e o maior deles é não ter cumprido as normas técnicas exigidas para exploração das minas de sal-gema existentes no subsolo dos bairros afetados. E mesmo assim, ressalta Alexandre Sampaio, a multinacional conseguiu a liberação dos órgãos ambientais para instalar 35 minas em área urbana.
“As normas técnicas estabelecem em 100 a 150 metros a distância entre uma mina e outra. Em Maceió a Braskem instalou minas com distância de 10m entre uma e outra. O diâmetro dessas minas é limitado a 70m. Aqui, as minas têm diâmetro de 150m!! Essa é a realidade que a população ignora” – revelou o empresário.
Na longa entrevista ao Uol, Alexandre Sampaio afirma que as informações sobre o mapa de risco são imprecisas, ou seja, não refletem a realidade dos fatos relacionados ao abalo sísmico que deverá surgir com o colapso da mina 18. “O que está acontecendo é muito grave. O mapa de risco da Defesa Civil é falso, pois não sabem qual a real situação das minas. A Braskem filtra as informações que repassa para Defesa Civil” – disse o presidente do MUVB, na bombástica entrevista ao Canal Uol.
Por AL 082 Notícia