Serapião Rodrigues de Macedo, o esquecido
Um dos sete filhos de Esperidião Rodrigues com sua primeira mulher, Joana Belarmina Ferreira de Macedo, participou ativamente com o pai na luta pela emancipação política de Arapiraca. Era ele quem, constantemente, acompanhava Esperidião nas andanças à capital, pleiteando a independência da terra arapiraquense: ia aos deputados, ia ao governador Fernandes Lima; até ao secretário da Fazenda Estadual, Castro Azevedo, principal opositor à emancipação.
Além de jornalista (escrevia artigos nos jornais da capital), Serapião fez seus primeiros estudos com o mestre Antônio Raimundo e estudos musicais na escola “União Arapiraquense”, tornando-se um bom trombonista. Casado com Áurea Barreto Guedes, teve três filhos: o advogado e professor universitário José Sílvio Barreto de Macedo (Mestre em Direito), o médico psiquiatra Gilberto Barreto de Macedo e a doutora Célia Rodrigues de Macedo. Registrou todos os filhos na cidade de Penedo.
A escolha do dia 30 de outubro para a instalação política e administrativa de Arapiraca foi, segundo historiadores, uma homenagem de Esperidião Rodrigues ao filho, que tanto labutou pela emancipação: quando o governador Pedro da Costa Rêgo solicitou ao líder arapiraquense a data para a instalação do novo município, este indicou o dia 30 de outubro – “É data de aniversário de meu filho Serapião, que me ajudou muito.”
E assim foi feito.
Não se conhece nenhuma homenagem do povo arapiraquense ao filho de Esperidião Rodrigues. Esquecimento? Seu trabalho, comunicando-se constantemente com políticos alagoanos, “abrindo caminhos” para o pai entre os deputados à Assembléia Legislativa (que à época chamava-se de Senado Estadual) foi muito importante. Era, sem dúvida, um arapiraquense junto ao Poder do estado.
A única lembrança para os arapiraquenses a que se tem notícia, afora o 30 de outubro, foi feita pela ACALA – Academia Arapiraquense de Letras e Artes -, criada em 1987, dando seu nome à cadeira número 20.
Mas, mesmo assim, o que gostava mesmo era participar ativamente da banda musical de Arapiraca, tocando trombone. Não faltava ao festejo onde a banda musical se apresentasse para que Serapião ali também fizesse presença.
Serapião Rodrigues não era um filho pródigo: para o pai, mais um entre outros tantos (o pai teve 16 filhos, sendo sete do primeiro casamento com Joana Belarmina Ferreira de Macedo, nove com a segunda esposa, Balbina Farias de Melo; com a terceira esposa, Maria Rodrigues, não teve filho. O Serapião foi o quinto filho do primeiro casamento).. Para Arapiraca, contudo, foi de grande valia num trabalho incansável na luta pela emancipação política.
Até hoje, apesar de inúmeras pesquisas dos historiadores arapiraquenses, não foi encontrado qualquer foto retratando Serapião Rodrigues.
Os filhos de Serapião
Advogado, escritor e Mestre em Direito, professor universitário (UFAL e CESMAC), José Sílvio Rodrigues de Macedo (foto domínio público).
Médico psiquiatra Gilberto Rodrigues de Macedo, doutor também em medicina legal (foto reprodução do livro Registro de Família, da médica Maria Julita Palmeira Rodrigues).
Dra. Célia Rodrigues de Macedo (foto reprodução do livro Registro de Família, da médica Maria Julita Palmeira Rodrigues).
Fonte Jornal do interior
Por Manoel Ferreira Lira, Eli Mário Magalhães e Roberto Baía de Barros