22 de novembro de 2024

Defesa Civil de Maceió atendeu mais de 3.500 ocorrências em 2022

Um dos principais casos acompanhados diariamente pela Defesa Civil foi a movimentação de massa no Residencial Vale do Amazonas, no Rio Novo - Foto: Itawi Albuquerque/Secom

A Defesa Civil de Maceió (DCM) atendeu este ano de 2022 mais de 3.500 ocorrências em todos os bairros da capital alagoana. Somente em maio, período de intensas chuvas, foram 657 registros. Este trabalho é desenvolvido, principalmente, nos bairros com mais vulnerabilidade social, onde há mais construções em áreas que são consideradas de risco por estarem localizadas próximas a encostas e/ou em locais que alagam facilmente, e expostas a outros tipos de riscos.

Atuando fortemente nesses locais para proteger a população de possíveis danos e com o objetivo maior de salvaguardar vidas, o órgão prepara seus agentes com constantes aprimoramentos, para desenvolver um trabalho de resposta rápida e eficiente, junto às demais secretarias municipais.

Com a grande quantidade de chuva que caiu em Maceió, muitas ocorrências de deslizamento de terra foram registradas e, durante o período mais intenso de chuvas, uma força-tarefa foi acionada para prestar atendimento à população, unindo forças à Defesa Civil. No total, durante todo o ano, somente por deslizamento de terra foram 806 ocorrências.

Os agentes operacionais realizam um trabalho em conjunto com as assistentes sociais da Defesa Civil Municipal. Em equipe, atendem as demandas dos moradores desde a realização da vistoria nos imóveis até o acolhimento e encaminhamento para os benefícios municipais, como o aluguel social ou o programa de habitação, em caso de desabamento total ou parcial da residência.

Todas as solicitações são recebidas pelo Call Center que, de maneira ágil, realiza o primeiro atendimento, fazendo a triagem do ocorrido e direcionando para o setor responsável. E, somente em julho, mês que ocorreu a enchente provocada pelo transbordamento da Lagoa Mundaú, foram registrados 2.608 ligações recebidas.

O setor operacional atende esses chamados e realiza também os encaminhamentos para as demais secretarias. “Quando há uma ocorrência em que necessita de reconstrução de via ou mesmo uma estabilização de encosta, realizamos todo o diagnóstico do problema e encaminhamos a demanda para a secretaria competente que, nos casos citados, por exemplo, é a Secretaria de Infraestrutura”, explica Abelardo Nobre, coordenador Geral da Defesa Civil de Maceió.

Este ano o período chuvoso ultrapassou a marca do que era previsto. Em maio, Maceió registrou 575 mm de chuva, quando era esperado para o mês apenas 294 mm. Durante todo o ano, até o início de dezembro, foram 2.528 mm, 40% a mais do previsto pela meteorologia.

“Enfrentamos um rigoroso período chuvoso e trabalhamos sem parar, para atender a população maceioense e, graças a uma equipe empenhada e um planejamento bem executado, passamos por este inverno sem registrar mortes nas capital”, enfatiza Abelardo.

Ajuda humanitária

Por consequência das fortes chuvas e da inundação, eventos que ocorreram em um curto espaço de tempo e atingiram diversas famílias, a Defesa Civil fez a distribuição de donativos para milhares de pessoas. Na inundação que ocorreu em julho, foram registrados 4.088 desabrigados, 5.719 desalojados e um total de 15.000 afetados. Várias escolas municipais serviram de abrigo temporário para essas pessoas, onde eram oferecidas as três refeições do dia e água mineral, além de colchões, roupas, cestas básicas, além de kits de higiene pessoal e limpeza. As ações contemplaram os moradores que tiveram suas casas inundadas do Fernão Velho até o Pontal da Barra.

Prevenção

Antes do início do período chuvoso a Defesa Civil de Maceió colocou em prática o plano de enfrentamentos às chuvas, o Previne Maceió. Nele, constam todas as ações desenvolvidas pelo órgão com a finalidade de mitigar os riscos. Uma das ações mais relevantes é a aplicação de lonas nas encostas, uma medida paliativa enquanto as obras de estabilização ainda estão em processo, para evitar deslizamentos.

Foram utilizados 50.966 m² de lonas e mais de 280 pontos foram beneficiados. “Mesmo sendo uma solução temporária, a medida foi muito eficaz, pois tivemos bem menos danos do que os registrados em invernos passados”, expõe o coordenador.

NUDEC’s

Os voluntários que atuam nos Núcleos Comunitários de Defesa Civil (Nudecs) são elos com a Defesa Civil Municipal na identificação de situação de riscos nas comunidades. Eles foram capacitados para fortalecer a atuação, principalmente nos momentos de complexidade.

Os Nudecs atuam em diferentes comunidades da capital, entre elas, Chã da Jaqueira, Fernão Velho, Reginaldo, Jacintinho, Feitosa e Riacho Doce. Auxiliam a Defesa Civil de Maceió nos locais onde moram, e têm papel fundamental para evitar riscos, contribuindo inclusive na retirada de famílias das áreas que são monitoradas por conta de problemas estruturais.

Nudec’s Mirins

O projeto foi implantado na Defesa Civil este ano, iniciando as atividades com crianças e adolescentes da Grota do Rafael. Eles fazem parte do grupo de apoio da Defesa Civil nas comunidades, auxiliando nas ações e exercendo importante papel social junto aos Nudec’s dos bairros onde residem, com a missão de participar de oficinas e rodas de conversa sobre a importância e disseminação do trabalho da Defesa Civil nos locais de vulnerabilidade social em toda a capital.

A Defesa Civil está sempre pronta para atender os maceioenses. Nos casos de risco de desabamento, deslizamento, alagamento ou outras situações de risco, as população deve acionar o órgão através do número 199 e 156 para receberem os atendimentos necessários.

Para se cadastrar e receber as mensagens de alertas basta enviar o CEP da localização por SMS, para o número 40199, de forma gratuita.

Monitoramento 24h

O Centro Integrado de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil (CIMADEC) é o setor responsável pelo monitoramento dos bairros que foram afetados pelo problema de afundamento do solo decorrente da mineração de sal-gema pela Braskem. São utilizados equipamentos de ponta que conseguem medir a movimentação do solo em milímetros, de forma ininterrupta.

Técnicos da área de Geologia, Geografia e Engenharia de Agrimensura e Civil fazem esse monitoramento diário, no período de 24 horas, pelos equipamentos instalados em toda a área e em seu entorno. Um deles é a rede DGPS’s, que é um Sistema de Posicionamento Global Diferencial, que pode medir a movimentação do solo vertical e horizontal (3D) em milímetros, em tempo real.

Os dados dos deslocamentos em superfície, subsuperfície e possível inclinação e rotação, têm por objetivo acompanhar a evolução espacial e temporal do fenômeno de subsidência.

Métodos utilizados

Rede sismológica com 14 sensores superficiais e 12 em profundidade;

Interferometria de radar por abertura sintética (InSAR) em uma área de aproximadamente 16 km², e com alta resolução espacial;

75 Receptores com Sistema diferencial de navegação Global por satélite (DGPS’s);

Quatro Inclinômetros com 250m de profundidade e sensores a cada 1m;

13 Tiltímetros;

Três pluviômetros instalados próximos a área afetada.

Fonte: Assessoria