22 de novembro de 2024

Alagoas terá mais 370 casos de câncer de colo do útero este ano

Médica Thayse Ferro diz que câncer do colo do útero pode ser prevenido com vacina contra o HPV – Foto: Divulgação


No Outubro Rosa, as atenções estão voltadas aos casos de câncer de mama. No entanto, outro tipo de câncer – o do colo do útero – também é motivo de preocupação entre as mulheres e a classe médica. Em Alagoas, a estimativa é de que surjam cerca de 370 novos casos até o final deste ano, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

O estado ocupa a 14ª posição no ranking nacional das estatísticas sobre câncer do colo do útero. A incidência é maior até do que a registrada nos casos de câncer de mama, onde Alagoas fica na 20ª posição. Em todo o Brasil, de acordo com cálculos do Inca, a expectativa é de 17.010 novos casos da doença em 2023.

O Inca trabalha com estimativas, isto porque, segundo o Instituto, como o câncer não é uma doença de notificação obrigatória, não existem dados de incidência.

De acordo com a ginecologista Thayse Ferro, o câncer do colo do útero, um dos cânceres do aparelho reprodutor feminino, pode ser prevenido com acesso à vacina contra HPV e exame de Papanicolau, disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).

“O câncer do colo do útero é diagnosticado normalmente em mulheres sexualmente ativas, sendo o HPV o principal agente causador”, explicou a médica ao frisar que o câncer de colo do útero é a quarta neoplasia maligna mais frequente em mulheres. Segundo Thayse Ferro, esse tipo de câncer é responsável por 7,5% de todas as mortes por câncer em mulheres.

Por Tribuna Independente/Valdete Calheiros – colaboradora

Nordeste


No Nordeste, Maranhão lidera as estimativas de câncer do colo do útero, com prevalência de 21,71 casos para cada 100 mil mulheres. Em seguida, está Alagoas com 18,54 casos para cada 100 mil mulheres.

Os números registrados no Maranhão são três vezes superiores aos encontrados do Rio Grande do Sul. O Estado apresenta a menor taxa no Brasil, com 7,11 casos para cada 100 mil mulheres.

As estatísticas a respeito do câncer do colo do útero não são tão assustadoras quanto as do câncer de mama – tumor que mais mata as mulheres no Brasil –, nem por isso menos preocupantes.

As estimativas do Inca apontam ainda para este ano, o surgimento de 32 mil novos casos de câncer ginecológico, um dos mais incidentes nas mulheres, sendo que os três órgãos do sistema reprodutor feminino mais acometidos por tumores malignos são os de colo do útero, ovário, corpo do útero (endométrio), vagina e vulva. Juntos representam 13,2% de todos os casos de câncer diagnosticados nas brasileiras.

Thayse Ferro explicou que o fator de risco mais importante para o desenvolvimento do câncer de colo uterino é a presença do vírus HPV (human papillomavirus).

No entanto, existem outros fatores associados como início precoce de atividade sexual (16 anos); alto número de parceiros sexuais ao longo da vida; história de verrugas genitais; pacientes imunossuprimidas; tabagismo (um dos fatores de risco mais importantes); vulvovaginites de repetição. “A prevenção do câncer invasivo do colo do útero passa por medidas educativas como uso de preservativos, vacinação e rastreamento, diagnóstico e tratamento das lesões subclínicas com consultas anuais ao ginecologista. Pacientes em terapia de reposição hormonal, as consultas devem ser semestrais e pacientes com diagnóstico de HPV, a cada 6 meses, durante 3 anos se negativo”, detalhou a médica ginecologista.