Queijo do reino tem alta de mais de 50%
Faltando poucos dias para o Natal, muitos consumidores já estão pensando na ceia deste ano. Apesar da desaceleração da inflação no segundo semestre de 2022, os produtos mais procurados neste período estão mais caros, como é o caso do queijo do reino, encontrado a partir de R$ 90 nas gôndolas dos supermercados da capital alagoana.
Segundo o economista Diego Farias, o produto apresentou um aumento de mais de 50%, se comparado com o mesmo período do ano anterior. “Ano passado, o queijo do reino estava na casa dos R$ 60. Hoje, é encontrado a partir de R$ 90. E, agora, com o aumento da procura no final do ano, o preço dispara”, afirmou.
Ainda de acordo com Farias, o aumento no preço do leite contribui diretamente para o alto preço do queijo do reino. “Queijo do reino está na elite dos laticínios. E se gasta muito leite para fabricá-lo. Para a fabricação de 1kg de queijo de reino é necessário, em média, 14 litros de leite. Como o leite aumentou bastante, o queijo do reino é afetado diretamente”, disse.
Um levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com base do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da 2ª quadrissemana de dezembro de 2021 em relação à 4ª quadrissemana de novembro de 2022, mostrou que a cesta de produtos para a ceia de Natal está 8,5% mais cara.
A pesquisa da Fipe avalia 15 produtos da cesta de Natal e 11 da lista de outros itens natalinos. Entre os itens que apresentaram aumento estão o panetone, com 16,2%; o peru, com 15,22% de aumento; e o palmito inteiro, com aumento de 14,79%.
Nos supermercados de Maceió, os panetones são encontrados a partir de R$ 9,98. Já o peru e o chester, a partir de R$ 30. O peixe tipo bacalhau pode ser encontrado por R$ 59,90, o pacote com 500g. E o queijo do reino pode custar até R$ 139,90.
Mesmo com o preço elevado, tem quem não abre mão de levar o queijo do reino para casa, como a aposentada Telma de Albuquerque. “No ano passado, comprei por R$ 69. Agora, estou levando por R$ 102. É um aumento absurdo, mas todo ano compro porque eu, meu marido e meus netos gostamos muito. Aí sempre compro três latas, no mínimo”, afirmou.
Já o promotor de vendas Heleno Barbosa só leva o produto quando tem condições. “A família toda passa o Natal na minha casa. Sempre faço a ceia, com peru, chester, mas o queijo do reino nem sempre dá para comprar. Eu gosto muito e costumo comprar, mas só quando a gente está com dinheiro. Neste ano mesmo está bem caro, passando de R$ 100”, contou.
Familiares costumam dividir a ceia para não deixar faltar nenhum item
Para não deixar faltar nenhum item, a família do aposentado Ednelson Cruz tem o costume de dividir a ceia. “Costumamos reunir a família toda e cada um levar um item da ceia. Um leva lasanha, outro leva o peru, outro leva sobremesa e acaba saindo mais em conta e dando menos trabalho para todo mundo. Mas minha esposa não deixa faltar queijo do reino em casa, nessa época do ano”, disse.
Para os amantes de queijo, a nutricionista Isabela Lins explica que o ideal é optar por queijos com menor teor de gordura saturada e sódio. “O queijo do reino tem a característica de ser bastante amarelo. Todo queijo que tem essa coloração mais amarela, a gente sabe que tem uma quantidade de gordura maior do que o normal e ele também tem uma quantidade de sódio considerável. Por isso, precisamos consumir com muita moderação. O queijo do reino pode ser substituído por qualquer queijo que tenha uma coloração mais branda, um amarelo mais clarinho ou branco, que sugere para gente que tem um teor menor de gordura e, de preferência, que tem menos sal”, afirmou.
Ainda segundo a nutricionista, o processo de fabricação complexo justifica o preço elevado do queijo do reino. “Ele é um queijo que passa um tempo de maturação muito maior do que o normal, em torno de 60 dias. Então isso acaba encarecendo o queijo do reino. Além disso, são poucos lugares que fazem esse tipo de queijo. Por isso que o custo é maior”, explicou Lins.
Fonte: Tribuna Independente