Número de vítimas de acidentes de trânsito aumenta em Alagoas
O Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, e o Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, registraram aumento no número de atendimentos a pessoas envolvidas em acidentes de trânsito até julho deste ano, se comparado com o mesmo período do ano passado. Ao todo, foram 10.313 pacientes atendidos nos dois hospitais entre os meses de janeiro e julho de 2023.
O Hospital de Emergência do Agreste concentra o maior número de atendimentos, com 6.503 pacientes vítimas de acidentes de trânsito. Já o Hospital Geral do Estado atendeu 3.138 pessoas. No mesmo período do ano passado, foram 6.503 e 2.887 vítimas de acidente de trânsito atendidas nas unidades, respectivamente.
Entre os acidentes de trânsito estão as colisões, capotamentos, atropelamentos, acidentes de moto e de bicicleta. As vítimas de acidentes envolvendo motocicletas lideram os atendimentos, com 4.374 pacientes atendidos no HEA e 1.114 pacientes atendidos no HGE.
Para o engenheiro de trânsito Antônio Monteiro, o principal fator que reflete no aumento do número de acidentes é a falta da municipalização do trânsito. “Apenas 18 dos 102 municípios de Alagoas estão integrados no sistema. Então, são pouquíssimos municípios que têm alguma estrutura mínima de trânsito. Nós não vemos o respeito às leis de trânsito no interior do estado, é uma verdadeira bagunça a questão do uso do cinto, controle de velocidade e alcoolemia em muitas cidades”, afirmou.
Ainda segundo Monteiro, as vítimas de acidentes envolvendo motocicletas lideram os atendimentos, principalmente, por causa da imperícia, imprudência e desrespeito à legislação de trânsito. “Muitas pessoas não usam capacete, muita gente dirige sem saber pilotar moto. Você vê crianças pilotando e aí, muitas vezes, com excesso de velocidade, sem respeitar as sinalizações, com mais de dois passageiros na motocicleta. Enfim, isso só tem um resultado que é o acidente”, explicou.
O especialista ressalta que a maioria dos acidentes acontece porque o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) não vigora nos municípios que não têm superintendência municipal de trânsito. “Esse é o maior problema. O município fica omisso e termina resultando em acidentes, sendo muitos deles com mortes. Nós somos o único estado do Brasil que não tem controle de velocidade nas rodovias estaduais e nem nos municípios”, disse Monteiro.
De acordo com Monteiro, a velocidade sempre vai ser o fator determinante para a gravidade do acidente. “Uma colisão a 60km/h e uma colisão a 100km/h são totalmente diferentes. Então, se não tem controle de velocidade, por mais que faça alguma ação em todos os outros pontos, vai ter um número de acidentes sempre elevado”, explicou.
Por Luciana Beder – colaboradora com Tribuna Independente